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As famílias dos reféns israelenses planejam abster-se da comemoração de 7 de outubro devido a negociações prolongadas de cessar-fogo.

O coletivo de familiares, ligado a israelenses presos mantidos em Gaza, planeja boicotar a celebração do governo, que marca o primeiro aniversário do incidente de 7 de outubro, devido à sua insatisfação com o lento progresso nas negociações para recuperar seus compatriotas.

Indivíduos prestam homenagens ao funeral de Yagev Buchshtab, entre os seis reféns cujos restos...
Indivíduos prestam homenagens ao funeral de Yagev Buchshtab, entre os seis reféns cujos restos mortais foram recuperados em Gaza e transportados para Israel através de uma operação militar, no Kibbutz Nirim, no Sul de Israel, em uma quarta-feira.

As famílias dos reféns israelenses planejam abster-se da comemoração de 7 de outubro devido a negociações prolongadas de cessar-fogo.

"O fracasso do governo israelense em negociar com sucesso a libertação dos reféns torna impossível chegar a uma conclusão nesta situação, segundo afirmou o Fórum das Famílias de Reféns na quarta-feira. Desde 7 de outubro, a situação está paralisada."

O governo havia planejado um evento memorial formal em 7 de outubro, marcando um ano desde que o Hamas lançou um ataque contra Israel. A ministra dos Transportes, Miri Regev, membro do partido Likud do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foi nomeada para supervisionar o memorial.

"Faz um ano desde que nossos cidadãos ficaram presos durante o incidente mais devastador da história de Israel. Cento e dezenove reféns ainda estão desaparecidos, e nem os sobreviventes nem os mortos foram devidamente cuidados ou devolvidos às suas famílias. Os corpos dos mortos também não receberam enterros apropriados", acrescentou o fórum.

Em vez disso, o fórum optou por se juntar às comunidades na região da fronteira do Gaza e no sul de Israel para as comemorações de 7 de outubro.

As negociações prolongadas para libertar os reféns em troca de um cessar-fogo no Gaza já fracassaram várias vezes, com mediadores como os Estados Unidos, Qatar e Egito trabalhando incansavelmente para alcançar um acordo. Israel deixou claro que não colocará fim ao conflito até que o Hamas seja erradicado do Gaza e mantenha o controle sobre a fronteira Gaza-Egito, restringindo o movimento de pessoal armado da porção sul da faixa para o norte. O Hamas rejeitou essas demandas.

No momento, há 109 reféns israelenses sendo mantidos em cativeiro no Gaza, com 36 acreditados como mortos, de acordo com informações da assessoria de imprensa do governo israelense. Seis reféns israelenses foram recentemente resgatados de túneis no Gaza durante uma operação militar israelense em Khan Younis.

O conflito israelense com o Gaza começou como resposta a militantes afiliados ao Hamas lançando um ataque contra Israel em 7 de outubro, resultando na morte de 1.200 pessoas e no sequestro de mais de 250 reféns, de acordo com as autoridades israelenses. Mais de 40.200 pessoas morreram no Gaza como resultado do conflito, de acordo com as autoridades palestinas.

"Faça o que é justo"

As famílias dos reféns acusaram consistentemente Netanyahu de adiar as negociações e abandonar os cativos enquanto prioriza a manutenção de sua coalizão governante. Ministros de linha dura dentro de seu gabinete ameaçaram dissolver o governo se ele concordar em pôr fim ao conflito.

"Juntos, exijiremos segurança, o retorno de nossos entes queridos, a reabilitação de nossas comunidades e uma investigação sobre os erros que levaram à terrível tragédia de 7 de outubro", declarou o fórum.

O anúncio do boicote foi feito após uma série de kibbutzim (comunidades agrícolas israelenses) na região da fronteira do Gaza anunciarem sua retirada do memorial. De acordo com o Kan, uma emissora de rádio e televisão pública israelense e afiliada da CNN, vários kibbutzim que foram alvo em 7 de outubro - incluindo Be’eri, Re’im, Nirim, Kfar Aza, Nahal Oz, Nir Oz, Yad Mordechai e Nir Yitzhak - não participarão do evento.

No entanto, representantes das cidades de Ofakim e Sderot participarão, de acordo com o Kan.

Benny Gantz, líder do partido Nacional da Unidade de Israel e ex-membro do gabinete de guerra, expressou sua opinião na quarta-feira: "Deve ser as comunidades afetadas - e não Regev - organizando o evento. A essência deste dia deve ser determinada por aqueles que experimentaram o inferno flamejante: os residentes dos assentamentos do Negev Ocidental, os reféns e suas famílias, as famílias dos mortos e os feridos. Regev, ainda não é tarde demais para reconsiderar e fazer o que é justo. Delegue a responsabilidade pela gestão da cerimônia ao Ministro da Cultura, estabeleça um comitê de direção conjunto com os líderes das comunidades do Negev Ocidental e as famílias enlutadas, e ouça verdadeiramente a eles."

O evento memorial planejado pelo governo israelense para 7 de outubro, comemorando o primeiro aniversário do ataque do Hamas, foi inicialmente planejado para homenagear os reféns e as vítimas. No entanto, devido à situação de impasse nas negociações para libertar os reféns, o Fórum das Famílias de Reféns optou por se juntar às comunidades no Oriente Médio, especificamente nas áreas próximas à fronteira do Gaza, para as comemorações.

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