- Alemanha e França unem forças para combater elementos ilegais
Há mais de duas décadas e meia, as forças de lei alemãs e francesas vêm lutando contra o crime em sua fronteira compartilhada. Agentes de várias forças policiais, bem como da alfândega, compartilham dados e informações 24/7 em uma sala grande e sem identificação em Kehl com seus colegas franceses.
Maxime Fischer, o chefe alemão do centro de operações conjunto, conhecido como Centro Conjunto, afirmou: "A Alemanha liderou o caminho". Não havia um centro assim na Europa antes. Agora, existem cerca de 60 instalações semelhantes. "É um projeto muito europeu e prático", acrescentou Fischer. Alain Winter, seu colega francês, acrescentou: "Nosso objetivo é que a fronteira desapareça em nosso trabalho".
O centro foi estabelecido em 10 de março de 1999, em Offenburg, Alemanha, e posteriormente transferido para Kehl em 2002, onde oferece uma vista espetacular da Catedral de Estrasburgo do outro lado do Reno. O Ministro do Interior de Baden-Württemberg, Thomas Strobl (CDU), declarou: "O crime não para nas fiscalizações de fronteira".
Então, o que acontece em Kehl?
O centro serve principalmente como um hub de comunicação, com cerca de 60 funcionários de ambos os países atuando como ligações para agências de segurança, mas não para civis. Eles não realizam fiscalizações físicas, por exemplo, na Ponte Europeia que conecta Kehl e Estrasburgo, França.
"Lidamos principalmente com crimes menores e de médio porte", resumiu Fischer. "Investigações e buscas que afetam a área de fronteira fazem parte de nossas tarefas. No entanto, também estamos ativamente envolvidos em incidentes de segurança maiores".
Durante os Jogos Olímpicos de Paris em 2024, o centro coordenou o deslocamento de policiais com países vizinhos, com 52 policiais do sudoeste da Alemanha apoiando seus colegas franceses.
O caso do caravan roubado
Os funcionários lidam com uma variedade de casos. Se um caravan equipado com rastreamento GPS for roubado do lado alemão do Reno, o problema geralmente começa com uma ligação para a polícia local alemã, que então costuma entrar em contato com a central de Kehl. "O colega alemão então transmite a informação ao colega francês para iniciar uma busca na França", explicou Fischer. "Os veículos geralmente podem ser localizados usando o rastreamento GPS, muitas vezes na rodovia".
O oficial de polícia francês, Winter, compartilhou um caso mais complexo envolvendo um sequestro do lado francês: "Uma criança foi sequestrada na escola pelo pai, que dirigiu em direção à Dinamarca. Havia uma comunicação constante entre os serviços na França e na Alemanha. Só tínhamos o número da placa do carro. O homem foi finalmente apreendido em uma parada de serviços de rodovia".
O acordo policial desatualizado
Em 2021, foram feitas mais de 21.000 solicitações ao serviço germano-francês. "Solicitações até mesmo vêm de Martinica se há problemas com alemães lá", observou Winter, se referindo à ilha caribenha francesa. A maioria das solicitações de seu país não vem mais de departamentos de fronteira, mas de todo o país, incluindo territórios ultramarinos.
Estão em andamento negociações entre os ministérios do interior de ambos os países para revisar o Acordo de Mondorf de 1997 sobre cooperação policiais-alfândegas. O acordo policial atual está desatualizado. "Berlim e Paris perceberam que não trabalhamos apenas na fronteira, mas em todo o país", concluiu Winter. No entanto, ainda não foi determinado a data exata para quando um novo acordo será finalizado.
A linguagem não deve ser um problema em Kehl - os funcionários recebem treinamento adequado. "Entre Paris e Berlim, o inglês é frequentemente a língua escolhida", disse Winter. "Aqui em Kehl, priorizamos falar francês e alemão".
Apesar de terem seções alemã e francesa separadas no centro de controle, os funcionários muitas vezes adotam uma atitude mais colaborativa. "Todo mundo faz tudo", é o lema predominante.
Por exemplo, durante os horários fora do expediente, uma solicitação da polícia nacional alemã pode ser processada por um oficial estadual ou um agente alfandegário, que então a encaminharia para um gendarme francês. A gendarmaria francesa faz parte das forças armadas e realiza tarefas policiais. De acordo com Fischer, o centro tem um papel mediador que vai além das operações rotineiras. "Pode nos fornecer informações?" - perguntas como essa da Alemanha poderiam surgir em caso de ataques e distúrbios na França.
O estabelecimento do centro de operações conjunto em Kehl, conhecido como Centro Conjunto, marcou um passo significativo na cooperação europeia, com a Alemanha liderando o caminho e estabelecendo a primeira instalação desse tipo. O centro serve como um hub de comunicação para cerca de 60 funcionários de ambos os países, atuando como ligações para agências de segurança e lidando com uma variedade de casos, incluindo crimes menores e de médio porte, investigações que afetam a área de fronteira e coordenando o deslocamento de policiais durante incidentes maiores.