Segundo a Administração Federal de Aviação, os empregados da Boeing priorizaram a velocidade em vez da qualidade.
Os resultados ainda não revelados de uma auditoria de seis semanas da FAA, que nunca foram divulgados anteriormente, poderiam adicionar mais peso a uma empresa atualmente lutando com vários problemas. Isso inclui preocupações sobre a segurança de seus aviões e uma greve envolvendo 33.000 membros de sindicato, a primeira em 16 anos.
Em janeiro, um plugue de porta se desprendeu de um 737 Max operado pela Alaska Airlines logo após a decolagem. Felizmente, não houve fatalidades ou feridos graves. No entanto, esse incidente levou a várias investigações, uma das quais concluiu que o avião havia deixado a fábrica da Boeing sem os parafusos essenciais necessários para manter o plugue da porta no lugar.
Na quarta-feira, o Subcomitê Permanente de Investigações do Senado divulgou esses achados. Eles estão programados para realizar uma audiência, presumivelmente com depoimentos do Administrador da FAA, Mike Whitaker.
O relatório, lançado como uma nota aos membros do subcomitê, afirmou: "Os achados expõem a magnitude dos processos problemáticos de produção, incluindo as lutas da Boeing em treinar e equipar adequadamente os funcionários de manufatura, documentar e controlar cuidadosamente as peças não conformes e realizar inspeções de qualidade rigorosas".
Anteriormente, Whitaker testemunhou em junho que a FAA havia adotado uma abordagem laissez-faire na regulação da gigante da aviação. No entanto, o novo relatório não poupa a FAA, destacando seu papel nos fracassos da Boeing.
"Esses achados destacam uma luta contínua e implacável pela FAA para garantir que a Boeing cumpra os mais altos padrões de segurança em suas instalações de produção", afirmou. "As novas informações levantam dúvidas sobre a efetividade da FAA no monitoramento da empresa".
O relatório detalhou falhas de segurança e atalhos regularmente praticados pelos funcionários da Boeing. Um dos casos mais notáveis, segundo a auditoria, envolveu um mecânico da Boeing que usou uma ferramenta de medição não autorizada, não calibrada e não marcada para verificar as lacunas entre os componentes.
O relatório também chamou a atenção para "a ausência de um processo para controlar os artigos de descarte", uma preocupação levantada por um denunciante em um relatório anterior da CNN neste ano.
Durante seu depoimento diante do Subcomitê de Aviação da Câmara na terça-feira, Whitaker revelou que a FAA aumentou seus inspetores na planta de 737 da Boeing em Renton, Washington, exigindo que cada novo avião passe por aprovação individual.
Whitaker afirmou que a Boeing deu passos significativos para abordar as tarefas pendentes que "se transferem" para novos aviões à medida que eles avançam pela linha de produção. No entanto, ele enfatizou que mudar a cultura de segurança da Boeing será uma empreitada de longo prazo, exigindo anos de mensagem consistente e que os funcionários vejam a segurança como mais importante do que a produção para efetuar mudanças.
As revelações da auditoria da FAA poderiam potencialmente agravar os desafios empresariais que a empresa está enfrentando. À luz desses achados, o papel da FAA em garantir que a Boeing cumpra os padrões de segurança se torna um assunto de escrutínio empresarial significativo.