O governo britânico assina a Carta de Hillsborough e reconhece as "múltiplas injustiças" sofridas pelas vítimas do desastre no estádio de futebol
Noventa e sete adeptos do Liverpool morreram na sequência da catástrofe ocorrida em abril de 1989 no estádio de Hillsborough, em Sheffield, Inglaterra.
"A Carta, que o Governo assinou, procura garantir que as lições do desastre de Hillsborough e as suas consequências sejam aprendidas, para evitar que aqueles que são afectados pela tragédia pública no futuro tenham a mesma experiência", disse o vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Oliver Dowden, numa declaração na quarta-feira.
Entretanto, o primeiro-ministro Rishi Sunak declarou à Câmara dos Comuns: "As famílias de Hillsborough sofreram múltiplas injustiças e, mais de 34 anos depois, nunca serão demais os pedidos de desculpa por aquilo por que passaram.
"E quero repetir esse pedido de desculpas hoje, e agradecer às famílias de Hillsborough pela sua tenacidade, paciência e coragem".
O governo estava a responder a um relatório de 2017, publicado pelo antigo bispo de Liverpool, James Jones, que consultou as famílias sobre as lições do desastre do estádio e fez 25 recomendações que poderiam ajudar a moldar a resposta a futuros desastres.
Entre essas recomendações, foi feito um apelo à criação de uma carta especial para que os organismos públicos actuem de forma transparente e no interesse público.
A carta do governo também promete implementar um "dever de franqueza" para o policiamento em Inglaterra e no País de Gales, com o objetivo de promover uma cultura de honestidade e transparência durante as investigações e inquéritos.
Em janeiro, os chefes da polícia de Inglaterra e do País de Gales pediram desculpa por terem "falhado profundamente" com as pessoas enlutadas pela catástrofe do estádio e prometeram reformas "generalizadas" do policiamento.
Para além das 97 pessoas mortas na sequência do desastre, outras 162 foram hospitalizadas com ferimentos. De acordo com a BBC,foi o pior desastre desportivo da história britânica.
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Fonte: edition.cnn.com
