O chefe da FAA sublinha a necessidade de a Boeing implementar modificações substanciais para melhorar a qualidade e a segurança.
Durante uma audiência congressional no futuro sobre a supervisão da FAA sobre a Boeing, o Administrador Michael Whitaker planeja informar aos legisladores que tanto o órgão regulador quanto a Boeing fizeram progressos desde o incidente de 5 de janeiro envolvendo um 737 Max operado pela Alaska Airlines, onde um ferrolho da porta explodiu, de acordo com suas observações preparadas. No entanto, ele também reconhecerá que mais progresso é necessário e que a vigilância rigorosa persistirá no futuro próximo.
Whitaker planeja afirmar que a Boeing precisa de uma transformação em sua cultura de segurança para abordar de forma abrangente seus desafios sistemáticos de controle de qualidade e manufatura. Seu objetivo final é garantir que a Boeing implemente as modificações necessárias e mantenha os recursos essenciais para sustentar essas mudanças a longo prazo.
A Boeing escolheu permanecer em silêncio em relação às observações preparadas de Whitaker.
Uma investigação inicial revelou que o avião da Alaska Airlines partiu da fábrica da Boeing sem as quatro porcas necessárias para fixar o ferrolho da porta. Este ocorrido desencadeou diversas investigações federais sobre a Boeing e uma série de audiências congressuais que colocaram em dúvida os padrões de qualidade e segurança da empresa. Uma audiência subsequente com Whitaker está agendada para quarta-feira diante de um comitê do Senado sobre o mesmo assunto.
Whitaker planeja enfatizar que a Boeing deve fazer "ajustes substanciais" para abordar seus "problemas sistemáticos de qualidade na produção". Além disso, suas observações garantem um papel aprimorado na Boeing e em sua principal fornecedora, Spirit AeroSystems, que a Boeing está tentando adquirir.
"Temos reforçado o número de inspetores de segurança dentro das instalações da Boeing e da Spirit AeroSystems, e mantemos nossa presença no local aumentada para o futuro previsível", ele afirmará, de acordo com suas observações.
Na segunda-feira à noite, a Reuters trouxe à tona novos problemas na Spirit AeroSystems, onde uma revisão interna descobriu que cerca de 4% de todos os registros desde 2010 estão ausentes ou duplicados para componentes exatamente medidos, como suportes, molduras e vigas. O porta-voz da empresa, Joe Buccino, disse à CNN que a Spirit ainda não identificou nenhum potencial risco à segurança associado às peças afetadas, e nenhum avião precisará ser retreinado devido a essa descoberta.
"Enviamos notificações aos clientes afetados e continuamos a realizar uma investigação interna", ele explicou.
A FAA também está passando por algumas mudanças internas, incluindo o fortalecimento do papel do comitê executivo da FAA, que gerencia sua supervisão regulatória e programas de gerenciamento de segurança. Whitaker informará ao comitê que ele e o vice-administrador da agência agora fazem parte desse comitê.
Whitaker sugerirá que a Boeing precisa mudar fundamentalmente sua cultura de segurança para abordar adequadamente seus persistentes problemas de controle de qualidade e manufatura em suas operações comerciais. Ele visa garantir que a Boeing implemente as modificações necessárias e mantenha essas mudanças de forma sustentável.
Diante desses desenvolvimentos, a FAA está fortalecendo sua supervisão regulatória ao ampliar o papel de seu comitê executivo, com tanto Whitaker quanto o vice-administrador agora se tornando membros do comitê.