"Nós, alemães, não somos bons fornecedores de valor para o mundo"
Críticas à China, resmungos a Trump, reservas ao Islão: Hermann Bühlbecker, empresário de confeções de Aachen, adverte que a economia alemã está a ser desnecessariamente prejudicada pela rejeição dos dissidentes políticos. No podcast da ntv "Biz & Beyond", ele diz: "Acho que a política e os negócios devem seguir caminhos separados por enquanto".
Paz de Natal? Nem por isso. Hermann Bühlbecker, proprietário do Grupo Lambertz, com sede em Aachen, e líder mundial do mercado de biscoitos de Natal, critica as sanções económicas atualmente em discussão contra a China e outros países. "Na vida política, há sempre amigos e inimigos", afirma Bühlbecker no podcast de negócios e sucesso da ntv "Biz & Beyond". É "perigoso dizer que não forneço à China ou que não quero produtos de lá".
E dirigindo-se à ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock: "Não acho que seja boa ideia uma política externa alemã andar pelo mundo a dizer às pessoas de todo o lado o que é bom e o que é mau", disse Bühlbecker. A política e os negócios devem seguir caminhos separados: Não se pode impor uma ordem mundial diferente às pessoas que vivem de acordo com o Islão. "Como alemães, devemos ter cuidado com o facto de andarmos pelo mundo como dadores de valores, por assim dizer, porque também temos a nossa história", adverte Bühlbecker.
Fotos com Trump e Putin
Bühlbecker, que tem várias marcas tradicionais de Printen, gingerbread e stollen no seu grupo de empresas, gosta de se mostrar com celebridades - incluindo políticos. As fotografias mostram-no também com o antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, e com o Chefe de Estado russo, Vladimir Putin. Estar próximo dos decisores políticos e do mundo do espetáculo faz parte da sua estratégia de relações públicas há vários anos. Bühlbecker diz: "Acho que é uma pena organizar sempre os contactos comerciais de acordo com as tendências políticas. Não é assim que os negócios funcionam".
Tal como muitas outras empresas alemãs, o Grupo Lambertz também está a sofrer de problemas crescentes. "Atualmente, é muito difícil produzir na Alemanha." A localização está a ser vista de forma cada vez mais crítica por muitas empresas.
No entanto, rejeita a deslocalização para o estrangeiro, por exemplo, para os EUA. Mesmo que aí pudesse beneficiar de preços de energia significativamente mais favoráveis e de melhores condições de enquadramento. "Vivemos do património", diz Bühlbecker. Se vendermos os nossos produtos nos EUA como produtos europeus e alemães, também temos de os produzir nesse país. "Caso contrário, são basicamente produtos americanos. E isso perde um pouco do encanto para o consumidor americano".
Fontewww.ntv.de