Considerando a situação do Commerzbank.
Por que Commerzbank é um Alvo de Aquisição?
O pequeno tamanho da Commerzbank, com um valor de mercado de aproximadamente 18 bilhões de euros, a torna um alvo de aquisição há anos. A Unicredit, por outro lado, tem um valor de mercado de cerca de 61 bilhões de euros. A decisão do governo federal de vender parte de sua participação na Commerzbank abriu inadvertidamente a porta para a Unicredit aumentar sua participação no banco alemão. Recentemente, a Unicredit garantiu a opção de aumentar sua participação de 9% para 21% e visa adquirir ainda mais, posicionando-se como o maior acionista do banco.
O Governo Federal Pode Impedir uma Aquisição Hostil?
Legalmente, o governo federal, que detém cerca de 12% da Commerzbank, tem poder limitado para impedir uma aquisição. A proposta de declarar a Commerzbank uma "infraestrutura crítica" para impedir uma aquisição ainda está em discussão. Caso isso não se materialize, o governo federal e a Commerzbank só podem expressar sua oposição a uma aquisição hostil. A Commerzbank precisaria demonstrar a seus acionistas que uma instituição independente renderia melhores resultados, mas isso pode ser desafiador dada a significante sinergia esperada de uma fusão.
Por que a Commerzbank Está Mudando seu CEO Agora?
A falta de clareza durante esta fase crítica levou a Commerzbank a mudar seu CEO. Os planos iniciais para o CEO Manfred Knof servir até o final de 2025 foram reconsiderados, com a CFO Bettina Orlopp prestes a assumir "em breve". Orlopp é uma contendora de longa data para o cargo e faz parte do conselho desde 2017. Ela se tornará a primeira mulher CEO na história de 154 anos da Commerzbank.
O que Mudará para os Clientes da Commerzbank?
Até o momento, nenhuma oferta oficial de aquisição foi feita. O CEO da Unicredit afirmou que poderia vender sua participação com lucro, e as aprovações regulatórias ainda estão pendentes.
A Deutsche Bank Poderia Intervir como um Cavaleiro Branco?
A Deutsche Bank não tem intenção de intervir na disputa pela Commerzbank, como confirmado por seu CFO. O banco está concentrado em suas próprias operações.
O que uma Aquisição Significaria para o Setor Financeiro Alemão?
A aquisição resultaria principalmente em uma perda de influência: "Em vez de ter um grande banco com poder de decisão aqui, teríamos então talvez um muito grande e bonito, mas ainda assim um ramo da Unicredit de Milão", diz o professor de finanças Grote. Decisões-chave seriam então tomadas na Itália.
Há Consequências a Temer para a Economia Alemã?
O texto não menciona explicitamente nenhuma consequência potencial para a economia alemã.
Enquanto as coisas estiverem correndo smoothly nos mercados financeiros internacionais, os clientes corporativos têm pouco a temer, segundo a perspectiva de um especialista. A Commerzbank é forte no negócio de PMEs e, mesmo sob o teto da Unicredit, é provável que a oferta de crédito continue. No entanto, uma nova tensão no setor financeiro poderia se tornar problemática. Se, por exemplo, a Unicredit precisasse ser apoiada pelo estado, os clientes de PMEs alemães poderiam ficar em desvantagem, teme Grote.
Quantos Empregos e Filiais Estão em Jogo?
A reestruturação corporativa da Commerzbank, incluindo a demissão de milhares de empregos e a redução de sua rede de filiais, já teve implicações significativas. No caso de uma aquisição pela Unicredit, dois terços dos 42.000 empregados do banco poderiam estar em risco, segundo o presidente do conselho de trabalhadores, Uwe Tschaegé. O representante da Verdi, Stefan Wittmann, chama a atenção para a HypoVereinsbank, que passou por uma grande redução de empregos e filiais após sua aquisição pela Unicredit em 2005.
Qual é o Papel do Banco Central Europeu?
O BCE deve aprovar o aumento planejado da participação da Unicredit na Commerzbank. Responsável pela supervisão bancária dos maiores bancos da zona do euro, o BCE tem 60 dias para emitir um sinal positivo ou negativo após o recebimento dos documentos - neste caso, pela Unicredit. Um prazo adicional de 30 dias é possível. A supervisão bancária considera fatores como a reputação do banco, a gestão, a conformidade e os recursos financeiros do candidato. No caso da Unicredit, não deve haver grandes preocupações. Considerações políticas não são relevantes.
O que Acontece em seguida?
Se o BCE aprovar o pedido da Unicredit, o banco italiano poderá aumentar sua participação para 29,9%. A partir de 30%, os italianos estariam legalmente obrigados a fazer uma oferta pública de aquisição. A Commerzbank então teria a tarefa de revisar essa oferta em nome de seus acionistas. O banco tem enfatizado até agora sua atenção à estratégia 2027, seu plano de se tornar mais lucrativo. A nova CEO Orlopp enfrentará desafios significativos, reconhecendo que "Temos uma estratégia que está funcionando, mas ainda temos grandes tarefas pela frente."