BCE: O rápido aumento das taxas de juros traz riscos para os bancos
De acordo com o Banco Central Europeu (BCE), os bancos da zona do euro continuam vulneráveis a choques externos. As perspectivas para a estabilidade financeira geral continuam frágeis, anunciou o banco central na quarta-feira, durante a apresentação de seu Relatório de Estabilidade Financeira semestral.
"As fracas perspectivas econômicas e as consequências da alta inflação estão pesando sobre a capacidade das pessoas, empresas e governos de pagar suas dívidas", explicou o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, em Frankfurt. "É crucial que permaneçamos vigilantes à medida que a economia transita para um ambiente de taxas de juros mais altas, acompanhado por crescentes incertezas e tensões geopolíticas."
A demanda por novos financiamentos está diminuindo recentemente
As instituições financeiras têm se beneficiado do rápido aumento das taxas de juros desde julho de 2022, pois ganham dinheiro com taxas de empréstimo mais altas, por exemplo, e recebem juros quando depositam dinheiro no BCE. Entretanto, os bancos na Alemanha, por exemplo, têm muitos empréstimos de longo prazo com taxas de juros relativamente baixas em seus livros, e a demanda por novos financiamentos tendeu a diminuir nos últimos meses. Nos mercados imobiliários, a reviravolta nas taxas de juros pôs fim a anos de aumento de preços, enquanto os custos de financiamento mais altos estão se tornando um fardo para as propriedades comerciais.
"Os bancos da zona do euro estão se beneficiando do aumento das taxas de juros, mas estão enfrentando ventos contrários decorrentes de custos de financiamento mais altos, qualidade de ativos mais baixa e volumes de empréstimos menores", resume o BCE. De modo geral, o sistema bancário da zona do euro está "bem posicionado para resistir a esses riscos". Entretanto, o BCE acredita que os amortecedores de capital recentemente aumentados, por exemplo, para possíveis contratempos nos mercados imobiliários, devem ser mantidos.
Fonte: www.dpa.com