Agência Federal das Redes: Distribuição justa dos custos da rede eléctrica
Após uma longa luta, os clientes de eletricidade do Norte estão prestes a ver terminadas as desvantagens causadas pelas tarifas de rede particularmente elevadas. A Agência Federal de Redes apresentou na sexta-feira, em Berlim, um documento de pontos-chave, segundo o qual as famílias e as empresas das regiões com uma forte expansão das centrais eólicas e solares deverão ser aliviadas. Os custos mais elevados da expansão da rede nestas regiões deverão ser transferidos para todos os consumidores de eletricidade na Alemanha no futuro.
Hannes Damm, deputado dos Verdes, falou de boas notícias para a população de Mecklenburg-Vorpommern. A reforma anunciada deverá reduzir as tarifas da rede no nordeste do país em três a quatro cêntimos por quilowatt/hora. "Para um agregado familiar típico com quatro pessoas e um consumo anual de eletricidade de 3500 quilowatts-hora, isto significa uma poupança de cerca de 120 euros por ano", calcula Damm.
No entanto, não é claro até que ponto esta redução se reflectirá na fatura da eletricidade. De acordo com a Câmara de Indústria e Comércio de Schwerin, os operadores de rede regionais já anunciaram um novo aumento das taxas de rede para 2024. Estas fazem parte do preço da eletricidade e representam cerca de 20%, de acordo com os dados da indústria.
Em estados como Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Schleswig-Holstein e Brandeburgo, as tarifas de rede são significativamente mais elevadas do que no sul da Alemanha, por exemplo, devido ao elevado nível de investimento necessário para expandir a rede para alimentar a energia eólica e solar. Este facto levou também a uma diminuição da aceitação pública da construção de novos parques eólicos. De acordo com a agência da rede, as tarifas em algumas áreas da rede chegam a ser de 15 cêntimos por quilowatt/hora. Há também regiões onde as taxas são inferiores a 5 cêntimos.
"A transição energética é uma tarefa conjunta e o investimento nas redes beneficia toda a gente. Queremos alcançar uma distribuição mais justa dos custos", explicou o presidente da Agência Federal das Redes, Klaus Müller. A agência está agora a colocar a sua proposta à discussão. Em seguida, elaborará o regulamento final num processo em várias fases. O regulamento deverá entrar em vigor, o mais tardar, em 1 de janeiro de 2025.
Fonte: www.dpa.com