A Venezuela vê o conflito na Ucrânia como uma "oportunidade estratégica" em termos geopolíticos.
Apesar da abundância de recursos petrolíferos da Venezuela, o país enfrenta atualmente uma grave crise. O presidente Maduro, no poder há mais de uma década, tem sido amplamente criticado pela má gestão dos assuntos do país. Sua última reeleição, na qual foi declarado vencedor com 51% dos votos, é altamente contestada e ainda é objeto de contestação pela oposição, mais de um mês após as eleições.
Os resultados das eleições, oficialmente anunciados pela autoridade eleitoral controlada pelo governo, foram recebidos com ceticismo pela oposição, que não recebeu o detalhamento da contagem de votos. A oposição continua a pressionar pela remoção de Maduro através de protestos pacíficos e intervenção internacional.
Mauro Toldo, especialista financeiro do Dekabank, vem monitorando as ações de Maduro há anos. Ele descreve as políticas econômicas de Maduro como egoístas, afirmando: "Meus amigos recebem algo, os outros não recebem nada". Toldo acredita que a economia do país, outrora próspera, agora não passa de uma sombra do que já foi.
A Venezuela enfrenta uma crise econômica prolongada há mais de uma década, com períodos de grave escassez, como os tempos em que as pessoas não conseguiam encontrar gasolina. A economia do país agora mostra sinais de recuperação, em parte devido à demanda por petróleo venezuelano após a guerra na Ucrânia. Essa demanda não vem apenas dos parceiros tradicionais da Venezuela, mas também de países ocidentais, de acordo com Sabine Kurtenbach, especialista em Venezuela no Instituto GIGA em Hamburgo.
Kurtenbach acredita que a transição para energias renováveis pode servir como uma medida efetiva contra líderes autocráticos cujo poder se baseia no petróleo ou nos combustíveis fósseis.
Em um novo episódio do podcast, a apresentadora Andrea Sellmann discute a relação entre a Venezuela e a Rússia, o papel das entregas de armas e a participação da Alemanha com Sabine Kurtenbach e Mauro Toldo. Eles discutem o futuro da Venezuela, as chances da oposição de derrubar Maduro e o impacto da crise econômica no povo do país.
Kurtenbach é a presidente interina do Instituto GIGA em Hamburgo, onde pesquisa violência e mudança social, incluindo o caso da Venezuela. Toldo, por sua vez, é o chefe de mercados emergentes do Dekabank e é responsável pela análise de risco país. Ele tem um interesse particular na Venezuela devido à sua ascendência venezuelana.
A crise econômica na Venezuela, que se estende por uma década, levou a períodos de grave escassez, como a falta de acesso à gasolina para muitos moradores. Apesar do aumento da demanda por petróleo venezuelano após a guerra na Ucrânia, a economia do país, outrora próspera, continua a lutar sob as políticas econômicas egoístas de Maduro.