Matérias-primas - A OPEP+ quer reduzir ainda mais a produção de petróleo
Os membros do grande cartel do petróleo OPEP+ tencionam reduzir ainda mais a sua produção no primeiro trimestre do próximo ano. Após uma reunião em linha, o grupo anunciou que os gigantes do petróleo Arábia Saudita e Rússia manterão as restrições existentes de um total de 1,3 milhões de barris (159 litros cada) por dia até março. Seis outros membros do agrupamento também reduzirão os seus volumes de produção diária em quase 700.000 barris de petróleo bruto no próximo trimestre, segundo o comunicado.
Os preços do petróleo caíram apesar dos cortes. O barril de petróleo Brent do Mar do Norte para entrega em janeiro custava 81,50 dólares americanos (74,79 euros) ao fim da tarde. Este valor foi 1,38 dólares inferior ao do dia anterior. O preço do barril de West Texas Intermediate (WTI) nos EUA desceu na mesma proporção, para 76,60 dólares. Isto deve-se provavelmente ao facto de nem todos os 20 países da OPEP+ participarem na redução da oferta. Os observadores do mercado supuseram que se tratava de uma falta de unidade.
A Rússia e a OPEP+ planeiam cortes num total de 2,2 milhões de barris por dia. No entanto, este valor inclui a extensão dos cortes actuais da Arábia Saudita e da Rússia, bem como uma redução planeada das exportações de produtos de refinaria russos.
A OPEP+ anunciou também que o Brasil vai juntar-se à aliança de produção no início do próximo ano. O país é considerado um produtor de petróleo em ascensão e tem aumentado a sua produção de forma constante nos últimos anos.
Críticas da AIE
Até à data, dez Estados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e dez outros países no âmbito da OPEP+ acordaram objectivos de produção para apoiar os preços. O agrupamento, dominado pela Arábia Saudita e pela Rússia, produz cerca de 40% da oferta mundial de petróleo, que ascendia a cerca de 102 milhões de barris por dia em outubro.
A reunião online do cartel teve lugar no dia de abertura da Conferência sobre as Alterações Climáticas (COP28). Antes da realização desta conferência no Dubai, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) tinha assinalado que os volumes de produção mundial de petróleo, gás e carvão previstos estavam ainda muito acima do nível compatível com a atenuação das alterações climáticas.
A Agência Internacional da Energia (AIE), fundada pelos países industrializados, criticou, num relatório anterior à conferência sobre o clima, o facto de o sector do petróleo e do gás estar a "assistir de lado" à transição energética. A AIE apelou ao fim da procura de novas áreas de produção e à redução drástica das emissões resultantes do transporte e da extração de matérias-primas.
O Secretário-Geral da OPEP, Haitham Al Ghais, reagiu com raiva esta semana. "Num mundo em que precisamos de mais diálogo, não é construtivo apontar o dedo aos outros", afirmou num comunicado. As emissões globais de CO2 devem ser reduzidas, mas ao mesmo tempo o crescimento económico, o progresso social e o fornecimento de energia devem ser assegurados, sublinhou Al Ghais.
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Fonte: www.stern.de