Ir para o conteúdo

Twiggy desafia as convenções do envelhecimento

Antes de modelos como Claudia Schiffer, Naomi Campbell ou Heidi Klum gravarem as capas das revistas de moda, uma certa Lesley Hornby estava causando um rebuliço. Conhecida como Twiggy, sua aparência andrógina a tornou a primeira supermodelo dos anos 60, estabelecendo novas tendências e desafiando os padrões de beleza tradicionais. Aos 75 anos, Twiggy ainda não se deixa abalar pelo passar do tempo.

Quando se pensa nos "Swinging Sixties" em Londres, vêm à mente os Beatles, os Rolling Stones, a Rua Carnaby, as minissaias e o amor livre - e Twiggy. Seu visual andrógino, os grandes olhos de cervo, as longas pestanas e o corte de cabelo curto deixaram uma marca duradoura no mundo da moda. Neste 19 de setembro, Twiggy completa 75 anos.

O interesse do público britânico pela ex-Lesley Lawson (nascida Hornby) permanece alto. Em outubro, um documentário sobre ela, dirigido por Sadie Frost, será exibido no London Film Festival. "Estou tão animada", anunciou Twiggy no Instagram. "Foi um absoluto prazer trabalhar com Sadie."

Twiggy nasceu em 19 de setembro de 1949, em Neasden, no norte de Londres, filha de uma família de trabalhadores. Descoberta aos 16 anos, sonhava em estudar moda em uma academia de arte. "Porque eu era obcecada por roupas", explicou. "Aprendi a costurar muito jovem e queria ser uma designer."

O Rosto de 1966

Sua carreira de modelo começou devido a uma série de encontros felizes. Como adolescente, ela voluntariou-se como modelo para novos penteados do celebridade hairdresser Leonard Lewis. "Seu cabelo era longo, desgrenhado e embolado", lembrou Lewis. "Conversamos por muito tempo sobre o que deveríamos fazer com ela." Ele cortou seu cabelo curto e pintou de loiro.

Depois da transformação radical, foram tiradas fotos. "Leonard colocou uma na recepção de seu salão, e eu voltei para a escola", contou Twiggy ao "Daily Mail". A foto chamou a atenção de uma jornalista de moda, que agendou outra sessão de fotos com a garota de 16 anos e publicou um artigo intitulado: "O Rosto de '66".

A jovem Lesley ganhou rapidamente fama internacional, estampando as capas de importantes revistas de moda como "Vogue" e "Elle". Com seu charme inocente e aparência pouco convencional, ela encarnou uma nova ideal de beleza, se destacando das estrelas de cinema curvilíneas dos anos 50. Ela também ganhou seu apelido, Twiggy, devido à sua figura esguia.

Coleção de moda e atuação

A influência de Twiggy foi além da moda. Ela se tornou um símbolo da mudança cultural dos anos 60, representando a cultura jovem e a rebelião contra as normas tradicionais. A icônica modelo de 1,68 metro representou não apenas um novo visual, mas também a emancipação, o progresso e uma geração que redefiniu a moda e a autoexpressão.

Modelar não era suficiente para ela. Inspirada por sua mãe, que lhe ensinou a costurar ainda criança, Twiggy projetou sua própria linha de moda chamada "Vestidos Twiggy". A coleção foi um sucesso comercial.

Nos anos 70, ela se aposentou da modelo e se aventurou no mundo da atuação. Em 1971, fez sua estreia no cinema no colorido musical "O Namorado", onde também cantou. Foi indicada a dois prêmios Globo de Ouro - de melhor atriz e revelação mais promissora.

Insucesso como cantora

O atributo distintivo, entre esses elementos, era o seu corte de cabelo curto.

A incursão de Twiggy na música pop não teve o mesmo sucesso. Em 1976, lançou seu primeiro álbum "Twiggy", cheio de músicas pop e country, exibindo seu talento vocal. No entanto, o álbum recebeu pouca atenção. Apesar disso, ela continuou a lançar álbuns. Seu mais recente, "Romantically Yours", foi lançado em 2011.

Além de sua carreira musical, a versátil Twiggy trabalhou como apresentadora de TV e apareceu em produções teatrais e musicais no West End de Londres. Durante a pandemia, lançou a série de podcasts "Chá com Twiggy", onde conversa com colegas como Joanna Lumley sobre o passado. Em 2019, Twiggy recebeu uma comenda da Rainha Elizabeth II por seus serviços. No Instagram, ela é conhecida como Dame Twiggy Lawson.

Em entrevistas, Twiggy frequentemente lamenta que sua carreira de modelo é a única coisa que as pessoas lembram, embora tenha sido apenas uma parte breve de sua vida. No entanto, seu retorno triunfal à modelo nos anos 90 também pode ser a razão pela qual a maioria das pessoas ainda a associa principalmente a essa época.

Indiferente à Velhice

Até hoje, Twiggy é uma figura amada em sua terra natal, não apenas por sua beleza, mas também por seu charme e humor. Depois que um musical sobre sua vida foi apresentado no West End de Londres, agora um documentário sobre ela, dirigido por Sadie Frost, está prestes a estrear nos cinemas. Durante seu tempo livre, ela desfruta de sua vida privada em casa, cozinhando e lendo.

A idade não assusta a bisavó duas vezes, que é contra a cirurgia plástica. "Eu não fiz nada, principalmente porque tenho muito medo", contou à revista "Yours". "Você não pode parar de envelhecer. Então, por que se preocupar com isso? Eu não entendo."

Twiggy, junto com seu cônjuge Leigh Lawson, comemorou o aniversário de casamento em julho de 2024, tendo se casado desde 1988.

No documentário de Sadie Frost, Twiggy expressa sua empolgação com o filme prestes a ser lançado, dizendo: "Estou tão animada, foi um absoluto prazer trabalhar com Sadie". Ao completar 75 anos em 19 de setembro, Twiggy continua sendo uma presença poderosa no mundo da moda, continuando a encarnar a beleza andrógina que a tornou o "Rosto de '66".

Leia também:

Comentários

Mais recente