Registros aéreos detalham abundante acumulação de gelo antes do acidente de avião no Brasil, sugere descoberta preliminar
O relatório revelou que os sistemas de alerta para formação de gelo haviam sido ativados em uma aeronave operada pela companhia aérea Voepass, e um representante da autoridade de aviação Cenipa mencionou em uma conferência de imprensa que havia indicações de gelo excessivo durante o voo, como afirmado pelo copiloto em gravações da cabine.
Investigadores especulam que isso poderia implicar um falha no sistema de antigeleira do avião, embora a Cenipa enfatize a necessidade de confirmação adicional.
Três especialistas em aviação entrevistados pela Reuters sugeriram que o gelo poderia ter contribuído para o acidente, alertando para considerar vários fatores envolvidos em acidentes.
Em 9 de agosto, uma aeronave ATR-72 operada pela companhia aérea local Voepass perdeu repentinamente o controle e caiu, resultando na morte de todas as 62 pessoas a bordo.
A Cenipa espera que a investigação do incidente se estenda por mais de um ano.
O especialista em segurança de aviação dos EUA, Anthony Brickhouse, comentou: "Todas as informações que li hoje apontam para o gelo, mas os acidentes raramente são causados por um único evento".
Após revisar o relatório, o analista de segurança de aviação David Soucie informou à CNN que parece que a tripulação pode ter ativado o equipamento antigeleira prematuramente, mencionando que o gelo precisa se acumular naturalmente nas asas de um avião antes que possa ser eliminado.
"Se você forçá-lo antes, como neste caso, o gelo se acumula dentro da bota inflada.then the inflation cycle is trapped beneath the ice dome and proves ineffective", explicou Soucie, acrescentando que isso eventualmente fica cada vez mais pesado.
De acordo com as autoridades, alarmes que avisavam sobre a perda de velocidade foram acionados, mas a tripulação do ATR não declarou uma situação de emergência antes de mergulhar no chão.
Na sexta-feira, os oficiais da Cenipa expressaram incerteza sobre por que uma aeronave totalmente certificada com sistemas funcionais ainda perdeu o controle e mergulhou. O Ten. Col. Paulo Froes disse: "O que sabemos é que a aeronave estava voando em uma área com condições de formação de gelo severas".
A Voepass afirmou em um comunicado que o relatório confirmou que a aeronave e os pilotos estavam devidamente certificados, operando dentro dos sistemas requeridos, e expressou seu compromisso em colaborar com a investigação.
Com destino ao aeroporto internacional de São Paulo, o turboélice havia partido de Cascavel, no estado do Paraná, antes de cair em Vinhedo, a aproximadamente 80 km (50 milhas) a noroeste de São Paulo.
A CNN havia relatado anteriormente que vários vídeos nas redes sociais mostravam o ATR 72 em uma aparente espiral, descendo incontrolavelmente sem nenhum movimento para a frente visível.
De acordo com os documentos da Administração Federal de Aviação, a formação de gelo em voo pode "alterar o fluxo de ar sobre a asa e prejudicar as qualidades de manuseio", potencialmente fazendo com que a aeronave saia de controle, tornando a recuperação impossível.
Esta é uma história em andamento e será atualizada.
Richard Quest contribuiu para a reportagem da CNN.
A comunidade mundial de aviação está de olho neste incidente nas Américas, já que um especialista em segurança de aviação dos EUA destacou o potencial do gelo como um fator contribuinte.
Considerando que o acidente ocorreu em uma área conhecida por condições severas de formação de gelo, as autoridades de aviação globais podem precisar reavaliar seus protocolos de prevenção e gerenciamento de gelo nessas regiões.