O ator Al Pacino revela seu encontro próximo à morte com o Covid-19 e compartilha suas perspectivas sobre a vida após a morte.
Em conversas com o The New York Times e a revista People, o ator premiado com o Oscar compartilhou sua história de lutar contra o vírus e momentaneamente perder a pulsação.
Com 84 anos, Pacino contou ao Times, em uma entrevista detalhada, que começou a se sentir "bastante mal" e depois desenvolveu febre, ficando desidratado. "Eu estava apenas lá em minha casa, e eu estava fora. Não tinha batimento cardíaco."
O astro de "O Poderoso Chefão" descreveu seu encontro quase fatal como "Uau, você não tem nem mesmo suas lembranças. Nada. Esquisito como aveia."
Em poucos minutos, uma ambulância chegou à residência de Pacino, e ele voltou a si cercado por seis paramédicos e dois médicos, de acordo com sua história.
"Eles tinham roupas que pareciam ter vindo de outro mundo ou algo assim", contou ao jornal. "Foi um pouco um choque abrir os olhos e vê-los todos lá, dizendo: 'Ele voltou. Ele está aqui'."
Durante uma entrevista com a People, Pacino falou sobre voltar à consciência com uma sensação de confusão. "Eu me perguntei, o que aconteceu comigo?"
O veterano do cinema ponderou se ele realmente morreu, apesar de todos terem considerado ele morto. "Acho que experimentei a morte. Talvez não. Não acho que sim. Eu escapei", confessou.
Pacino agradeceu seu "fantástico assistente" por chamar rapidamente os paramédicos após a enfermeira confirmar que não havia pulsação.
"Ele conseguiu colocá-los na linha, porque a enfermeira que estava cuidando de mim disse: 'Não consigo detectar o pulso deste cara'", lembrou Pacino.
Quando questionado se o susto na saúde mudou seu estilo de vida, Pacino contou à People: "De jeito nenhum."
No entanto, o incidente deixou-o ileso, mas mudou de algumas maneiras.
Pacino, que agora está se preparando para uma adaptação cinematográfica de "King Lear" de Shakespeare, confirmou ao The New York Times que a experiência teve um impacto metafísico profundo.
"Não vi nenhuma luz ou qualquer coisa. Não há nada lá", ele esclareceu. "Como Hamlet diz, 'Ser ou não ser'; 'O território desconhecido do qual nenhum navegador retorna.' E ele diz duas palavras: 'sem mais'. Foi 'sem mais'", acrescentou Pacino.
"Você se foi. Eu nunca pensei nisso antes. Mas você sabe, atores: Soa bem dizer que eu morri uma vez. O que é conhecido como 'sem mais'?"
A história de Pacino é contada em sua autobiografia próxima, "Sonny Boy", que será lançada na terça-feira.
Apesar de sua experiência próxima à morte, Pacino compartilha que ainda encontra alegria em sua paixão pela atuação, revelando, "Eu ainda entretenho pessoas." (Seguindo da primeira sentença na entrevista da revista People)
Em sua autobiografia próxima, Pacino reflete sobre sua aproximação com a morte, reconhecendo que isso lhe deu uma perspectiva única sobre a vida e seu amor pelo entretenimento, dizendo: "Aprendi ainda mais sobre o poder da narrativa e do entretenimento para curar e inspirar."