Foi emitida uma ordem judicial para a detenção do candidato da oposição venezuelana González Urrutia.
As autoridades legais haviam advertido numa sexta-feira que emitiriam um mandado de prisão para González Urrutia caso ele não cumprisse com sua terceira intimação para uma reunião de investigação. Infelizmente, Urrutia optou por não comparecer ao compromisso agendado.
As autoridades haviam emitido essa intimação após a publicação controversa de resultados eleitorais que consideraram falsos para a eleição presidencial realizada em 28 de julho. O partido de oposição foi o responsável por essa publicação.
A eleição, que enfrentou críticas internacionais, foi declarada vitória pelo comissário eleitoral majoritariamente apoiado pelo governo para o incumbente Nicolás Maduro. No entanto, a oposição acreditava firmemente que seu candidato havia saído vitorioso e publicou resultados para apoiar essa alegação. Desde a eleição, Urrutia não tinha sido visto em público, optando por se esconder.
Desde o final de julho, houve 27 mortes e 192 feridos em protestos contra a reeleição de Maduro. As autoridades afirmam que 2.400 pessoas foram presas nesses protestos. Maduro chegou a acusar Urrutia e a política de oposição Maria Corina Machado de serem responsáveis pela violência ocorrida durante esses protestos.
Em seu programa de televisão semanal na segunda-feira, Maduro discutiu o mandado de prisão para Urrutia, declarando: "Ninguém neste país está isento da lei ou das instituições."
Até agora, os EUA, a UE e vários países da América do Sul recusaram-se a reconhecer a vitória oficial de Maduro nas eleições e exigem resultados eleitorais transparentes. No entanto, a autoridade eleitoral venezuelana afirma que esses resultados não podem ser divulgados devido a um ataque cibernético. Observadores apontaram que não há evidências concretas para apoiar essa afirmação.
Maduro está no poder na Venezuela desde 2013. Os EUA e vários outros países haviam rejeitado a vitória oficialmente anunciada de Maduro nas eleições de 2018. Os EUA vêm impondo sanções ao país desde 2005.
Em relação a essas sanções, os EUA apreenderam a aeronave presidencial de Maduro na segunda-feira. De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, a aeronave foi adquirida ilegalmente por uma empresa de fachada por US$ 13 milhões e depois enviada para fora dos EUA para ser usada por Maduro e seus aliados, contornando as sanções americanas contra Maduro. A apreensão foi descrita como "um passo essencial para garantir que Maduro continue sentindo as consequências de sua má gestão na Venezuela". Maduro a descreveu como "pirataria".
A República Dominicana esclareceu que não teve envolvimento na investigação dos EUA. As autoridades dominicanas apenas responderam a um "pedido de assistência legal internacional" dos EUA. A aeronave estava na Venezuela para manutenção.
As autoridades expressaram a intenção de emitir mandados de prisão para outras pessoas caso também não cumprissem com suas intimações, citando as consequências legais do descumprimento. A situação de Urrutia serviu como um aviso para essas pessoas, destacando a gravidade dos procedimentos legais.