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Desde o terror do Hamas: um terço das comunidades judaicas na Alemanha sofre "ataques anti-semitas"

Dos graffitis aos insultos pessoais: Desde o ataque do Hamas a Israel, o sentimento antissemita também tem vindo a aumentar na Alemanha. O Conselho Central dos Judeus apresenta agora, pela primeira vez, números.

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A frase "Nunca mais é agora" é colocada no Portão de Brandenburgo no 85º aniversário da noite do pogrom.aussiedlerbote.de

Inquérito do Conselho Central - Desde o terror do Hamas: um terço das comunidades judaicas na Alemanha sofre "ataques anti-semitas"

As comunidades judaicas na Alemanha estão a ser alvo de uma hostilidade crescente. É este o resultado de um inquérito publicado na quarta-feira pelo Conselho Central dos Judeus junto dos dirigentes de 98 das 105 comunidades judaicas da Alemanha. De acordo com o inquérito, um terço das comunidades foi alvo de "ataques anti-semitas" desde o ataque a Israel pelo grupo radical islâmico Hamas, em 7 de outubro, que vão desde graffitis a insultos pessoais, explica o Conselho Central.

Quase todas as comunidades sofreram também "pressões psicológicas crescentes através de telefonemas e e-mails ameaçadores", refere o comunicado. Quase 80% dos líderes comunitários afirmaram que, desde 7 de outubro, se tornou visivelmente menos seguro viver como judeu na Alemanha e, sobretudo, apresentar-se como tal. A situação atual está a levar muitas comunidades aos "limites da sua capacidade de lidar com a situação".

"Estes relatórios são chocantes", resumiu o Presidente do Conselho Central, Josef Schuster, aquando da apresentação do novo relatório sobre a situação. As principais vítimas são os idosos judeus, as famílias com crianças e os jovens.

Grande confiança das comunidades judaicas nas autoridades de segurança

Os resultados mostram que as comunidades judaicas têm uma grande confiança nas autoridades de segurança. Schuster descreveu como "notável que, dada a situação complexa e desafiante desde 7 de outubro, quase todas as comunidades inquiridas (96%) estejam satisfeitas com a sua cooperação com as autoridades de segurança". A cooperação com os políticos e as comunidades eclesiásticas locais também foi, de um modo geral, considerada boa.

A extensão desta confiança é "uma verdadeira novidade e uma constatação importante", explicou Schuster. "O facto de existir um elevado nível de incerteza nas comunidades, apesar desta confiança, é um sinal de alerta para toda a sociedade", acrescentou. Não se pode permitir "que extremistas de qualquer cor ponham em perigo a nossa comunidade". O antissemitismo - "quer seja islâmico, de extrema-direita ou de extrema-esquerda - é sempre um ataque à nossa sociedade aberta e ao nosso Estado de direito", alertou Schuster.

Em entrevista à nova edição do semanário "Die Zeit", Schuster alertou para o antissemitismo cada vez mais ativo por parte da esquerda. "Desde 7 de outubro, temos assistido a um aumento das declarações e acções anti-semitas por parte da esquerda e, infelizmente, também dos círculos académicos", afirmou o Presidente do Conselho Central.

"Os outros têm a voz mais alta neste momento"

A ameaça do campo da extrema-direita não desapareceu - "é só que os outros têm a voz mais alta", disse Schuster. "Estou a falar disto porque nos afecta. Queremos viver livremente na Alemanha, no nosso país".

Especialmente em Berlim e nas cidades da Renânia do Norte-Vestefália, a vida dos judeus mudou para pior desde os ataques do Hamas. "Lá, os judeus que usam um kippah ou uma estrela de David numa corrente têm de recear ser insultados ou mesmo atacados." Neste contexto, Schuster lamentou os problemas entre a população com antecedentes migratórios do mundo árabe e turco.

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Fonte: www.stern.de

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