- Tribunal Constitucional da Tailândia dissolve partido da oposição
O Tribunal Constitucional da Tailândia, sob pressão de forças conservadoras, dissolveu o partido progressista Move Forward. Meios de comunicação locais sugerem que o apoio do partido à flexibilização da lei de lesa-majestade, que prevê penas de até 15 anos de prisão, representava uma ameaça à monarquia. O ex-líder do partido, Pita Limjaroenrat, e outros membros seniores estão proibidos de exercer cargos políticos pelos próximos dez anos.
O tribunal, atuando em um pedido da comissão eleitoral, decidiu que o partido havia atuado inconstitucionalmente ao defender a flexibilização da lei de lesa-majestade. Observadores políticos e o próprio partido não ficaram surpresos com a decisão.
Dias antes, o Move Forward havia afirmado que havia se tornado uma instituição política significativa que não seria silenciada mesmo se dissolta. "Dissolver um partido político apenas encerra uma entidade legal, mas nunca pode silenciar sua ideologia", disse o partido em um vídeo postado no Facebook.
O Move Forward venceu as eleições parlamentares no ano passado, mas não conseguiu formar um governo. Seu líder carismático, Pita, foi repetidamente rejeitado como candidato a primeiro-ministro por senadores alinhados com as forças militares.
Bans de partidos não são uncommon na Tailândia. O Future Forward, antecessor do Move Forward, também foi banido em 2020. Frequentemente, os membros simplesmente formam um novo partido. A vice-líder do partido, Sirikanya Tansakul, enfatizou no vídeo do Facebook: "O espírito do Future Forward e do Move Forward continuará, independentemente do nome do partido".
A dissolução do partido Move Forward não abateu o espírito de seus apoiadores, que planejam participar de uma grande festa de protesto em solidariedade. Apesar de estar proibidos de exercer cargos políticos pelos próximos dez anos, o ex-líder do partido Pita Limjaroenrat e outros membros seniores remain determinados a continuar defendendo a flexibilização da lei de lesa-majestade.