Soldados israelenses supostamente maltrataram um prisioneiro
Observadores têm criticado as condições na prisão israelense de Sde Teiman há algum tempo. Agora, o exército iniciou investigações contra vários soldados por "mau-tratamento grave de um prisioneiro". Manifestantes de direita invadem a instalação em protesto.
Após alegações de mau-tratamento de um prisioneiro em uma prisão israelense para palestinos, o exército prendeu vários soldados e iniciou uma investigação. "Uma investigação foi aberta após alegações de mau-tratamento grave de um prisioneiro na instalação de detenção de Sde Teiman", disse o exército israelense em um comunicado. Nove soldados foram relatadamente presos. De acordo com os meios de comunicação israelenses, o prisioneiro é um palestino que teria sido maltratado pelos soldados e seria membro de uma unidade de elite de Hamas.
A rádio militar relatou que a polícia militar apareceu na prisão de Sde Teiman. À medida que a polícia militar chegava à prisão, manifestantes, incluindo membros de partidos de direita, reuniram-se lá para protestar contra a investigação, alegando que os soldados apenas cumpriram o seu dever. Como visto em transmissões ao vivo na televisão israelense, alguns conseguiram entrar na instalação.
O chefe do exército israelense, Herzi Halevi, criticou duramente a ação: "Intrusão em uma base militar e desordem lá é um comportamento grave que de forma alguma é aceitável", disse ele. "Estamos no meio de uma guerra", e ações desse tipo colocam em risco a segurança do país. No entanto, o Ministro das Finanças Bezalel Smotrich, líder do bloco nacional-religioso no governo, disse em um vídeo publicado no X que os soldados acusados deveriam ser tratados como heróis, não como criminosos.
Amnistia fala de "tortura generalizada"
A prisão de Sde Teiman foi estabelecida para deter palestinos presos na Faixa de Gaza no início da guerra entre Israel e Hamas em 7 de outubro. Desde então, tanto a ONU quanto advogados de direitos humanos, assim como autoridades controladas por Hamas e ex-detidos, criticaram o mau-tratamento durante a detenção. A Human Rights Watch pediu a Israel que ponha fim à detenção indefinida de palestinos da Faixa de Gaza e à "tortura generalizada" nas prisões israelenses. De acordo com o exército israelense, as condições de detenção estão baseadas no direito internacional.
A guerra na Faixa de Gaza já dura mais de nove meses. Foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do radical islâmico Hamas a Israel, no qual, segundo as figuras israelenses, 1.197 pessoas foram mortas. Desde então, Israel vem realizando ataques massivos a alvos na território palestino. Segundo o Hamas, que não pode ser verificado independentemente, mais de 39.300 pessoas foram mortas desde então. Não está especificado se essas pessoas são civis ou combatentes do Hamas.
A guerra em andamento com Israel e a Faixa de Gaza trouxe de volta a atenção às alegações de mau-tratamento de palestinos em instalações de detenção israelenses, como Sde Teiman. Nesse contexto, a Amnistia Internacional acusou Israel de tortura generalizada em suas prisões, pedindo o fim das detenções indefinidas.
Diante dessas acusações e da investigação sobre o mau-tratamento grave de um prisioneiro em Sde Teiman, os chamados para a guerra com Israel intensificaram-se em certos setores da população, que vêem os soldados como defensores patrióticos em vez de indivíduos acusados.