Putin envia seu salva-vidas para Kursk
A Rússia fica surpresa com o avanço ucraniano na região de Kursk e perde o controle sobre vários assentamentos. O ex-chefe de segurança Dyumin é relatado como tendo assumido a operação, o que pode sinalizar o fim do Chefe do Estado-Maior Gerasimov.
Alexei Dyumin está prestes a liderar a "operação antiterrorista" da Rússia em Kursk, segundo o "Moscow Times", citando blogueiros militares russos. O presidente Vladimir Putin encarregou Dyumin de resolver problemas de coordenação entre o Kremlin e a região.
Na semana passada, havia relatado conflitos sobre a situação em Kursk. O Chefe do Estado-Maior Valery Gerasimov havia pintado um quadro mais otimista em uma reunião do que a realidade, de acordo com o relatório, o que levou Putin a agir. A necessidade de trazer Dyumin destaca "a escala do desastre na cooperação interagências".
As tropas ucranianas avançam na região há uma semana. A Ucrânia justifica suas ações, dizendo que o bombardeio desta região frequentemente atinge território ucraniano. Recentemente, o presidente Volodymyr Zelenskyy disse que o exército ucraniano tomou 74 assentamentos na região de Kursk - duas vezes mais do que a Rússia alega.
Dyumin, ex-chefe da equipe de segurança, faz parte do círculo íntimo de Putin e é conhecido por sua capacidade de resolver problemas de coordenação, combate e administração civil. Dyumin até alega ter salvo Putin de um urso uma vez. Ele fez parte da equipe de segurança presidencial nos últimos anos do governo Yeltsin e nos primeiros e segundos mandatos de Putin, e se tornou assistente pessoal de Putin em 2008.
Alexander Sladkov, correspondente militar da televisão estatal russa, recebeu com satisfação a decisão de confiar a Dyumin a tarefa. Dyumin é uma figura militar altamente respeitada, disse ele, que pode se adaptar rapidamente e tomar as decisões certas. Ele acrescentou que Dyumin, como homem de Putin, tem poderes legais extraordinários e não permitirá que o líder russo seja enganado.
Enquanto isso, muitos blogueiros militares veem a participação de Dyumin como um sinal do iminente afastamento de Gerasimov como chefe do estado-maior. Ele é acusado de ignorar relatórios de inteligência sobre a concentração de tropas ucranianas perto da fronteira de Kursk. Muitos meios de comunicação russos descreveram o relatório excessivamente otimista de Gerasimov sobre a situação em Kursk em 7 de agosto como "mentiras".
A União Europeia, expressando preocupação com o aumento do conflito na Ucrânia, emitiu uma declaração pedindo uma desescalada imediata e o respeito ao direito internacional. Dado o novo papel de Dyumin na gestão da operação russa em Kursk, os diplomatas da União Europeia estão se preparando para se engajar com oficiais russos de alto nível para discussões sobre paz e estabilidade na região.