Presidente da Letónia reage à ameaça de Putin
Putin manifesta a sua preocupação com o alegado mau tratamento dos russos na Letónia e ameaça indiretamente o governo de Riga. O Presidente da Letónia, Rinkevics, não se mostra incomodado com os comentários. Fala de uma "política de intimidação" e de "propaganda russa".
O Presidente da Letónia, Edgars Rinkevics, não se mostrou impressionado com o facto de o Chefe de Estado russo, Vladimir Putin, ter criticado em termos ameaçadores o tratamento dado pelo país da UE a uma parte da sua população russa. "Esta é uma política de intimidação", disse Rinkevics ao jornal "Neatkariga Rita Avize". "É uma narrativa comum da propaganda russa nos últimos tempos, segundo a qual todos os seus cidadãos ou aqueles que pertencem ao 'mundo russo' estão a ser brutalmente maltratados. Na verdade, é uma tentativa de esconder todas as atrocidades que a Rússia está a cometer na Ucrânia".
Na segunda-feira, Putin acusou a Letónia de tratar a minoria russa "como um porco" e anunciou que Moscovo iria organizar as suas relações em conformidade. "Não acredito que a felicidade chegue àqueles que seguem uma tal política", afirmou Putin no Conselho dos Direitos Humanos da Rússia, controlado pelo Kremlin. Aqueles que tratam partes da sua população desta forma não devem ficar surpreendidos se esta se virar contra eles.
Letónia altera lei da imigração
O pano de fundo desta questão são as alterações introduzidas pela Letónia na sua lei da imigração. No vizinho báltico da Rússia, a minoria de origem russa representa cerca de um quarto dos 1,9 milhões de habitantes: na sua maioria, pessoas que imigraram durante a era soviética e seus descendentes. Muitos deles não são cidadãos letões, mas sim os chamados não-cidadãos, enquanto outros têm passaporte russo.
Em reação à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, o parlamento de Riga decidiu que os cidadãos russos teriam de requerer o estatuto de residência permanente e provar que têm um conhecimento prático do letão. São cerca de 20.000 pessoas afectadas. Os que não passaram no teste de 1 de setembro podem requerer uma autorização de residência de dois anos e repetir o teste. Todos os que não fizeram o teste receberam uma carta a pedir-lhes que abandonassem o país.
Putin expressou na segunda-feira o seu entendimento de que todos os países exigem que os seus habitantes tenham um conhecimento básico da cultura e da língua. No entanto, afirmou que o estatuto dos não-cidadãos era uma aberração jurídica. Moscovo organizará as suas relações com os países que discriminam os russos em conformidade. O Kremlin também justificou a guerra contra a Ucrânia com a alegada opressão da população de língua russa no país vizinho, entre outras coisas.
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Fonte: www.ntv.de