Pelo menos 300 mortos em protestos no Bangladesh
Protestos no Bangladesh deixam mais vítimas, com a contagem de mortos agora na casa dos centenas. O Ministério do Interior impõe toque de recolher. A primeira-ministra Hasina pede uma resposta firme.
A contagem de mortos nos protestos contra a primeira-ministra Sheikh Hasina no Bangladesh subiu para pelo menos 300, de acordo com relatórios da agência de notícias AFP, baseados em informações da polícia, médicos de hospitais e funcionários. Os protestos devem retomar na segunda-feira.
O Ministério do Interior impôs um toque de recolher no domingo, sem data prevista para o fim. A partir de segunda-feira, foi declarado um feriado de três dias para todos os cidadãos.
"Os manifestantes nas ruas não são estudantes, são terroristas tentando desestabilizar nosso país", disse Hasina. Ela pediu aos seus conterrâneos que respondessem com firmeza. Os manifestantes bloquearam estradas importantes durante todo o domingo, com estudantes exigindo a renúncia do governo. A polícia usou gás lacrimogêneo, granadas de atordoamento e balas de borracha para dispersar os manifestantes. Os serviços de internet foram suspensos em todo o país.
Conflitos entre apoiadores e opositores do partido Awami League de Hasina ocorreram em várias cidades. No noroeste, 12 oficiais de polícia foram mortos a pancadas, de acordo com o porta-voz da polícia Bijoy Bosak. Na capital Dhaka, pelo menos 11 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em batalhas nas ruas, de acordo com a polícia e testemunhas oculares. Na cidade de Munsiganj, dois trabalhadores da construção civil foram mortos a caminho do trabalho, com centenas de feridos, de acordo com testemunhas oculares.
Milhares presos em julho
Esses foram os piores distúrbios no país da Ásia Meridional desde a vitória eleitoral de Hasina em janeiro, que foi boicotada pelo principal partido de oposição. No mês passado, pelo menos 150 pessoas morreram em violência motivada por política no Bangladesh, com cerca de 10.000 prisões feitas pela polícia.
Os estudantes estavam protestando contra cotas na alocação de empregos no setor público, que foram posteriormente revogadas pela maioria pelo tribunal. No entanto, os estudantes agora exigem justiça para as famílias das vítimas dos protestos. Críticos acusam o governo de usar força excessiva para reprimir os protestos, o que Hasina nega.
O Ministério do Interior, após a escalada da violência, impôs um toque de recolher no domingo, citando a necessidade de manter a ordem pública. Em resposta aos 'protestos violentos', a primeira-ministra Hasina pediu aos cidadãos que ficassem firmes e apoiassem as autoridades para restaurar a paz.