Os EUA confirmam que o Hamas usou o hospital de Gaza como centro de comando
"A comunidade dos serviços secretos dos EUA está confiante na sua avaliação sobre este assunto e corroborou de forma independente a informação sobre a utilização do complexo hospitalar pelo Hamas e pela [Jihad Islâmica Palestiniana] para uma série de fins relacionados com a sua campanha contra Israel", afirmou o funcionário na terça-feira.
Mas os serviços secretos norte-americanos não divulgaram quaisquer novas provas que sustentassem a sua avaliação, depois de terem sido levantadas questões sobre até que ponto o Hospital Al-Shifa era, de facto, o "coração pulsante" das operações do Hamas, como Israel tinha afirmado.
No final de dezembro, o Washington Post publicou uma extensa investigação que punha em dúvida algumas das afirmações de Israel.
Israel tinha sido alvo de críticas generalizadas pelo cerco e assalto ao hospital em dificuldades, em novembro, onde os médicos descreveram a situação como "catastrófica".
As novas informações fizeram eco de alegações anteriores da administração Biden e de Israel nos dias e semanas que antecederam o ataque de Israel ao Hospital Al-Shifa em novembro, segundo as quais as informações indicavam que o Hamas tinha um nó de comando e controlo nos túneis sob o complexo hospitalar.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, também afirmou que o hospital estava a ser utilizado para armazenar armas e fazer reféns.
Os serviços secretos norte-americanos continuam a acreditar nisso, segundo o alto funcionário, que acrescentou que o local tinha "pelo menos alguns reféns".
"Temos informações - obtidas após a operação de 15 de novembro [das Forças de Defesa de Israel] - de que os membros do Hamas localizados no hospital tinham sido em grande parte evacuados dias antes, quando as FDI se aproximaram do complexo de Al-Shifa, e que o Hamas destruiu documentos e aparelhos electrónicos no complexo antes da operação das FDI", disse o funcionário.
Depois de Israel ter tomado o controlo da área, os militares publicaram uma série de vídeos de porta-vozes mostrando armas que teriam sido encontradas dentro do próprio hospital, bem como um sistema de túneis sob o hospital.
Em novembro, o Hamas reconheceu ter utilizado o hospital para trazer reféns, "controlando meticulosamente" o seu estado de saúde antes de os deter em diferentes locais, depois de Israel ter divulgado um vídeo das câmaras de segurança do hospital que mostrava os reféns a serem trazidos para o seu interior. Mas o Hamas negou ter usado o hospital como centro de comando.
A CNN viajou com as IDF até ao complexo hospitalar Shifa para ver o túnel exposto em novembro. As IDF divulgaram então um vídeo que mostrava um túnel que se estendia do poço e continuava sob o complexo hospitalar.
Num vídeo divulgado pelas IDF em 22 de novembro, o porta-voz das IDF, Daniel Hagari, entrou nos túneis e mostrou uma sala com azulejos e uma casa de banho que, segundo Hagari, se encontravam por baixo do hospital, ligadas ao seu sistema de energia.
Mas ficou muito aquém de provar que o Hamas utilizava o hospital como principal ponto de comando e controlo das suas operações, uma afirmação que tanto Israel como os EUA tinham feito repetidamente antes de as FDI chegarem ao hospital. Israel chegou ao ponto de publicar uma ilustração gráfica em 3D de um centro de comando do Hamas que se estendia pelo subsolo diretamente a partir dos edifícios do hospital. Nem Israel nem os EUA publicaram provas que correspondam inteiramente às afirmações.
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Fonte: edition.cnn.com