Os Estados Unidos monitorizam de perto o avanço das tropas ucranianas com armas fornecidas pelos EUA em direção aos territórios russos.
De acordo com fontes, a Ucrânia empregou armamentos e veículos americanos em sua ofensiva, apesar da administração Biden ter estabelecido limitações no uso desse equipamento contra a Rússia, segundo dois oficiais americanos. Essas restrições não foram reveladas, mas foi mencionado que a Ucrânia não "técnica" violou as condições impostas pelos Estados Unidos.
Fotos mostram Humvees produzidos nos EUA cruzando a fronteira ucraniana-russa e entrando na região de Kursk, na Rússia, na terça-feira, conforme registrado pela Reuters.
Oficiais afirmaram que a Ucrânia vem usando lançadores de foguetes HIMARS em suas operações. Os lançadores parecem ter ficado dentro do território ucraniano, enquanto seus mísseis GMLRS foram lançados em direção à Rússia.
Na quinta-feira, o Ministério da Defesa russo lançou imagens de drones mostrando um veículo lançador de foguetes HIMARS disparando mísseis a menos de oito quilômetros da fronteira Rússia-Ucrânia. Os EUA não alteraram suas restrições no uso de mísseis de longo alcance ATACMS. A Ucrânia já havia enviado esses mísseis para atingir sistemas de defesa aérea russos posicionados na Crimeia ocupada pela Rússia.
Apesar disso, o uso de veículos americanos na operação de Kursk permanece incerto. Imagens supostamente mostrando uma coluna ucraniana destruída, incluindo um Cougar MRAP produzido nos EUA, têm circulado em canais do Telegram pró-Rússia. A CNN não conseguiu verificar a localização exata dessas imagens.
Oficiais informaram que a militar ucraniana tem utilizado veículos de combate Stryker produzidos nos EUA, capazes de transportar infantaria em campos de batalha. O Ministério da Defesa russo alegou ter atacado um veículo Stryker produzido nos EUA em uma área florestada, embora a CNN não tenha podido confirmar essa alegação.
O chefe do Exército Ucraniano, Oleksandr Syrskyi, declarou na sexta-feira que as forças militares ucranianas avançaram até 35 quilômetros no território russo, prosseguindo com avanços de 1 a 3 quilômetros em algumas áreas. Essa ofensiva colocou pressão sobre a Rússia, exigindo o envio de mais tropas para combater a incursão ucraniana em andamento.
"A situação está sob controle. Todas as operações estão sendo realizadas conforme o planejado", acrescentou Syrskyi.
Os EUA traçaram uma fronteira ao norte da Ucrânia, a partir da qual as forças russas vêm lançando ataques, e aconselharam Kiev a limitar o uso de armas americanas a essa região. A localização e o tamanho exatos dessa fronteira não foram revelados pelos oficiais. Eles observaram que, uma vez que a operação permaneceu dentro dessas fronteiras, a Ucrânia não "técnica" violou as limitações impostas.
A administração Biden ainda não se pronunciou publicamente sobre as ações da Ucrânia, limitando-se a dizer que continuará a apoiar a capacidade da Ucrânia de se defender contra a agressão russa. A administração também não instruiu Kiev a retirar suas forças ou forneceu apoio total à operação.
Oficiais expressaram surpresa tanto com o sucesso da Ucrânia na ofensiva quanto com a resposta lenta da Rússia, o que marca a primeira vez que a Rússia perde território soberano desde que invadiu a Ucrânia há mais de dois anos. A Rússia teria desviado milhares de tropas da linha de frente em território ocupado pela Ucrânia para lidar com a perda territorial na região de Kursk.
Oficiais americanos seniores ainda buscam esclarecer os objetivos da ofensiva da Ucrânia, que não foram compartilhados antes de seu lançamento. Um assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, explicou que a incursão visa iniciar um "processo de negociação justo" e infligir "derrotas táticas significativas" à Rússia. Esse ato também visa afetar o estado psicológico percebido da população russa, potencialmente levando à iniciação de negociações.
A resposta da Rússia pode estar atrasada, mas os oficiais afirmam que é iminente. A Ucrânia alega ter tomado cerca de 400 quilômetros quadrados de território da Rússia, o que levou as autoridades russas a declararem emergências e realizar evacuações em massa.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, teve uma conversa com seu colega ucraniano, Rustem Umerov, na quarta-feira, com o objetivo de obter mais informações sobre os objetivos da ofensiva, lançada há mais de duas semanas.
Quando questionada sobre seu apoio à operação, a porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, recusou-se a comentar, dizendo: "O que posso dizer é onde estamos supportive, e isso é a Ucrânia continuando a se defender".