O vice-presidente do Irã vomita depois de 11 dias.
O presidente do Irã precisa encontrar um novo braço direito, já que seu vice-presidente renunciou poucos dias após tomar posse. A seleção de novos ministros para o gabinete é dita como a razão para a sua decisão.
Onze dias após sua nomeação como novo vice-presidente do Irã, Mohammed-Javad Sarif renunciou ao cargo e deixou o gabinete do presidente Massoud Peseschkian. "Não estou satisfeito com meu trabalho e lamento não ter atendido às expectativas", disse o político moderado na plataforma X. Portanto, ele prefere retornar ao seu trabalho acadêmico na universidade.
Em sua declaração, Sarif deu a entender que a seleção de novos ministros para o gabinete de Peseschkian foi a razão para sua decisão. Pelo menos sete dos 19 ministros nomeados não eram a primeira escolha, segundo Sarif. "Espero que essas decisões possam ser equilibradas com novas nomeações", escreveu o diplomata de carreira do país, sem fornecer mais detalhes.
A renúncia de Sarif já é o segundo crise para Peseschkian desde que assumiu o cargo no final de julho, após o assassinato do chefe estrangeiro do Hamas, Ismail Haniyah, em Teerã.
Significativamente envolvido na vitória eleitoral
Sarif foi de fato o braço direito de Peseschkian em sua campanha presidencial e, devido à sua popularidade, esteve significativamente envolvido em sua vitória eleitoral. Após a eleição, Sarif deveria trabalhar com um grupo de especialistas para compilar uma lista de candidatos aos cargos de ministros e vice-presidentes. Essa lista deveria ser elaborada de tal forma que as reformas prometidas por Peseschkian durante a campanha também pudessem ser implementadas.
Após quatro semanas, Peseschkian apresentou uma lista de candidatos no domingo, que, segundo observadores, não corresponde aos planos e promessas de reforma. Observadores supõem que a facção ultraconservadora e os hardliners impuseram alguns ministros a Peseschkian. Críticos agora acusam Peseschkian de não ter resistido a essa influência.
Sarif era uma das figuras-chave para Peseschkian na implementação de sua nova linha de política externa. Com ele e uma nova equipe diplomática, Peseschkian esperava reiniciar as negociações nucleares, para que as sanções que atualmente paralisam a economia iraniana pudessem ser levantadas. Sarif serviu como diplomata-chefe do país de 2013 a 2021 e foi capaz de concluir o acordo nuclear internacional com as seis potências mundiais em 2015 como chefe da equipe de negociação iraniana.
A renúncia de Mohammed-Javad Sarif desencadeou críticas ao presidente Massoud Peseschkian, já que muitos acreditam que ele não resistiu à imposição de ministros ultraconservadores pelos hardliners. A Comissão responsável pela seleção de ministros e vice-presidentes tem sido um ponto de contenda, com Sarif expressando insatisfação com os candidatos escolhidos.
Como figura-chave na política externa do presidente Peseschkian, a renúncia de Sarif da Comissão pode atrapalhar os esforços para reiniciar as negociações nucleares e levantar sanções, já que ele desempenhou um papel crucial na negociação do acordo nuclear internacional em 2015.