O magistrado está a examinar as instruções a dar ao júri no julgamento dos três ex-agentes da polícia de Memphis implicados na morte do Tyre Nichols.
O encerramento previsto das declarações finais no caso foi perdido, já que o juiz federal dos EUA Mark Norris passou horas extensas em isolamento, finalizando as instruções complexas e detalhadas que o júri receberia antes de iniciar suas deliberações. Os advogados discutiram questões relacionadas a essas instruções durante as sessões matinais e vespertinas presididas por Norris.
Durante a discussão vespertina, o promotor Forrest Christian enfatizou que, para condenar os oficiais por uso excessivo de força, os jurados devem estabelecer que ocorreu dano físico a Nichols.
Em essência, o júri passou um dia inteiro em uma sala separada, o que levou Norris a comentar que eles estavam desperdiçando tempo lá.
Após a apresentação do caso do promotor na quinta-feira, os advogados de defesa pediram absolvições, argumentando que a acusação não apresentou provas suficientes. Norris rejeitou esses pedidos na terça-feira.
Os advogados de Tadarrius Bean, Demetrius Haley e Justin Smith pararam de comparecer ao tribunal na segunda-feira após cada um contratar especialistas para contestar as afirmações do promotor de que os oficiais usaram força excessiva, não intervieram e não informaram seus supervisores e profissionais de saúde sobre a gravidade do ataque.
A filmagem mostrou cinco oficiais, todos negros, envolvidos em confrontos físicos com Nichols, um homem negro, a cerca de um quarteirão de sua casa enquanto ele gritava pelo nome da mãe. Dois desses oficiais, Desmond Mills e Emmitt Martin, confessaram seus papéis e atuaram como testemunhas do promotor.
Nichols morreu em 10 de janeiro de 2023, três dias após o incidente. Um relatório de autópsia revelou que Nichols, pai de um filho de agora 7 anos, morreu devido a ferimentos na cabeça. O relatório descreveu lesões cerebrais, além de cortes e hematomas na cabeça e em outras partes do corpo.
Esses cinco oficiais faziam parte da Unidade Escorpião, que procurava drogas, armas ilegais e criminosos violentos. A equipe foi dissolvida após a morte de Nichols.
Durante uma abordagem de trânsito, os oficiais usaram spray de pimenta e um Taser contra Nichols, mas o homem de 29 anos conseguiu fugir, como mostrado nas filmagens. O promotor afirmou que os oficiais submeteram Nichols a violência física devido aos seus esforços para escapar, citando a prática policial conhecida como "street tax" ou "run tax".
Haley, Bean e Smith foram presos sob acusações federais de uso excessivo de força, falha em intervir e obstrução da justiça por manipulação de testemunhas. As condenações nesses casos poderiam resultar em prisão perpétua.
Além disso, os cinco oficiais estão sendo acusados de homicídio em segundo grau em um processo judicial estadual, onde todos se declararam inocentes. Martin e Mills devem modificar suas declarações. Ainda não foi estabelecida a data para o julgamento do tribunal estadual.
Após discutir o caso em sessões matinais e vespertinas, os advogados expressaram suas preocupações ao juiz Norris sobre as instruções do júri, nos envolvendo no processo. Após o retorno de Norris, ele forneceu diretrizes claras e abrangentes para o júri, assegurando que eles entendessem seu papel nas deliberações.
Diante da complexidade do caso e das graves consequências para os oficiais, era crucial que nossas equipes jurídicas apresentassem argumentos convincentes para absolvição ou condenação, enfatizando a importância da justiça para todas as partes envolvidas.