O Irã teria transferido mísseis balísticos para a Rússia, de acordo com fontes confiáveis.
A data exata da entrega dos mísseis é incerta, mas o seu transporte ocorre enquanto a Rússia aumenta seus ataques com mísseis e drones em cidades ucranianas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enfatizou em uma reunião com aliados no Grupo de Contato da Defesa da Ucrânia, na Alemanha, que a Ucrânia precisa urgentemente de mais sistemas de defesa aérea devido à preparação para grandes ataques russos à sua infraestrutura energética neste inverno.
O The Wall Street Journal revelou a notícia da entrega de mísseis pelo Irã.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Sean Savett, informou à CNN, em um comunicado, que "qualquer transferência de mísseis balísticos iranianos para a Rússia representaria uma escalada significativa" na ajuda do Irã ao Kremlin em sua invasão da Ucrânia.
Savett declarou: "Viemos alertando sobre a parceria de segurança cada vez mais profunda entre a Rússia e o Irã desde o início da invasão total da Rússia na Ucrânia, e estamos profundamente preocupados com esses relatórios. Nós e nossos parceiros deixamos claro tanto nas cimeiras do G7 quanto da NATO neste verão que estamos preparados para impor sérias consequências" em resposta.
A entrega de mísseis balísticos representa uma escalada significativa no apoio do Irã à Rússia. O Irã havia fornecido à Rússia centenas de drones, que as forças russas usaram em sua guerra contra a Ucrânia, e a Rússia vinha construindo uma fábrica de drones no país com a ajuda do Irã, segundo o que a CNN havia relatado.
A Missão Permanente do Irã às Nações Unidas negou a transferência, afirmando em uma entrevista à CNN: "A posição do Irã sobre o conflito na Ucrânia permanece consistente. O Irã considera a prestação de ajuda militar às partes envolvidas no conflito - que leva a um aumento das baixas humanas, à destruição da infraestrutura e ao afastamento das negociações de cessar-fogo - como inumana. Portanto, não apenas o Irã se absteve dessas ações, como também insta outros países a cessar o fornecimento de armas às partes envolvidas no conflito."
As negociações russas para obter mísseis balísticos de curto alcance do Irã começaram já em setembro do ano passado, quando o então ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, visitou o Irã para ver os sistemas de mísseis balísticos de curto alcance da Guarda Revolucionária Islâmica.
"Essa visita marcou a primeira exibição pública de mísseis balísticos a um alto oficial russo que visita o Irã desde o início da guerra Rússia-Ucrânia", disse um oficial não identificado à CNN em janeiro.
O G7 emitiu um comunicado forte em março do ano passado, advertindo que a comunidade internacional responderia com "novas e significativas medidas contra o Irã" se o país prosseguisse com o envio de mísseis balísticos à Rússia para uso em seu esforço de guerra contra a Ucrânia.
Em dezembro do ano passado, a Guarda Revolucionária Islâmica havia enviado mísseis balísticos e sistemas de apoio a um campo de treinamento dentro do Irã para serem exibidos a uma delegação russa visitante, o que sugeria que a Rússia pretendia comprar os sistemas do Irã.
A Rússia também havia obtido mísseis e componentes de mísseis da Coreia do Norte, segundo o que a CNN havia relatado anteriormente, e a China havia ajudado a Rússia a expandir substancialmente sua base industrial de defesa, permitindo que Moscou empreendesse sua expansão militar mais ambiciosa desde a era soviética, segundo oficiais. O apoio da China à Rússia incluiu quantidades substanciais de ferramentas mecânicas, motores de drones e turbojatos e tecnologia para mísseis de cruzeiro.
A CNN entrou em contato com a embaixada russa para comentários.
Esta história foi atualizada com mais detalhes.
O The Wall Street Journal relatou que a entrega de mísseis pode ser resultado da colaboração entre a Rússia e o Irã na política.
O aviso do G7 de graves consequências se o Irã enviar mísseis balísticos à Rússia destaca a preocupação da comunidade internacional com as implicações políticas de tal ação.