O Hamas não responde às tentativas de retomar as negociações sobre os reféns
O Qatar - que continua a desempenhar o papel de interlocutor - transmitiu ao Hamas novas ideias para tentar retirar mais reféns de Gaza, incluindo um potencial acordo que incluiria a libertação não só das restantes mulheres reféns, mas também dos homens, segundo uma fonte familiarizada com os esforços e um alto funcionário dos EUA.
"Não há uma negociação ativa, mas há uma verdadeira exploração de ideias sobre a forma de levar isto por diante", disse o alto funcionário dos EUA.
Mas o Hamas não tem sido reativo a esta iniciativa, disse a fonte familiar.
O Qatar fala com os responsáveis políticos do Hamas em Gaza, que depois transmitem as mensagens aos dirigentes do grupo no interior da Faixa de Gaza, que tentam ativamente evitar ser detectados por Israel. As autoridades americanas afirmaram que obter respostas do Hamas foi um processo incrivelmente complicado durante a primeira ronda de negociações que levou à libertação de uma série de reféns. Agora, pode ser ainda mais difícil para os líderes do Hamas entrarem em conversações, dada a concentração israelita na sua perseguição.
Ao mesmo tempo, Israel, que retomou a sua operação militar contra o Hamas após uma trégua de sete dias, acredita que a sua ofensiva contra o sul de Gaza - e em particular Khan Younis - deverá exercer uma pressão adicional sobre o Hamas que poderá ser útil para a libertação de mais reféns, segundo as fontes. Alguns responsáveis norte-americanos concordam que a pressão militar pode ter o efeito de levar o Hamas a regressar à mesa das negociações.
"Pode ser um momento para o Hamas reconsiderar o regresso à mesa de negociações de uma forma real", disse o alto funcionário dos EUA.
Desde que as conversações sobre os reféns que estavam a decorrer em Doha, capital do Qatar, foram interrompidas no início deste mês, as negociações formais não foram retomadas. Mas Israel, os Estados Unidos e o Qatar continuaram a discutir formas de tentar relançar as conversações, segundo várias fontes, com mais de 100 reféns que se acredita estarem ainda detidos em Gaza. "Nunca parámos", disse uma fonte familiarizada com as discussões.
O gabinete do primeiro-ministro israelita considera que há 135 reféns que permanecem em Gaza, 116 dos quais estão vivos.
Segundo as fontes, Israel considera que o Hamas deve libertar primeiro as restantes mulheres reféns. O Hamas tem-se recusado a fazê-lo, argumentando que as restantes mulheres são consideradas soldados - uma afirmação que Israel rejeita.
A Casa Branca afirmou que oito americanos - sete homens e uma mulher - ainda não foram encontrados.
A aparente falta de progressos na libertação dos reféns surge no momento em que o Presidente Joe Biden se vai encontrar pessoalmente pela primeira vez com algumas das famílias dos reféns americanos, na quarta-feira, na Casa Branca.
Entretanto, Israel informou os EUA de que começou a "testar cuidadosamente" a inundação de alguns túneis do Hamas com água do mar "numa base limitada", para ver se a rede de túneis do grupo será afetada em maior escala. Os israelitas garantiram aos seus homólogos americanos que só estão a fazer isto em túneis onde não acreditam que estejam a ser mantidos reféns.
Numa conferência de imprensa na terça-feira, Biden disse que ouviu "afirmações" de que não há reféns nesses túneis, mas que a sua administração não foi capaz de confirmar isso sem margem para dúvidas: "Não tenho a certeza disso", disse.
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Fonte: edition.cnn.com