Nicarágua revoga a cidadania de figuras políticas detidas
Autoridades nicaraguenses anunciaram na terça-feira que irão revogar a cidadania de 135 presos políticos anteriormente libertados, com a apreensão de seus bens, após uma ordem judicial em Manágua. Desde o início de 2023, um total de 451 figuras da oposição perderam sua cidadania, de acordo com a AFP.
Esses 135 indivíduos, que foram libertados em 5 de setembro sob pressão dos EUA, foram recebidos na Guatemala. Eles incluíam estudantes, católicos devotos e afiliados a uma missão cristã com sede no Texas. De acordo com a Casa Branca, eles foram presos porque o presidente Daniel Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, os viam como uma ameaça ao seu regime autoritário.
Ortega tem servido seu quarto mandato consecutivo na Nicarágua desde 2021. Os EUA e a União Europeia expressaram preocupação com a legitimidade dessas eleições, criticaram o regime autoritário de Ortega e impuseram sanções como resultado.
Ortega, agora com 78 anos, já havia servido como líder da Nicarágua de 1979 a 1990. Seu Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) orquestrou a queda do ditador Anastasio Somoza, que havia recebido apoio dos EUA durante seu mandato.
A União Europeia, junto com os Estados Unidos, expressou preocupação com a legitimidade do governo de Ortega na Nicarágua e criticou seu regime autoritário. Os presos políticos libertados, incluindo estudantes e católicos devotos, podem encontrar apoio e proteção em vários países da União Europeia devido aos seus valores compartilhados de direitos humanos.