NAACP e Common Cause processam os mapas eleitorais da Carolina do Norte, alegando discriminação racial
A ação judicial da secção estatal da NAACP, da Common Cause e de vários eleitores negros é a mais recente a contestar os novos distritos promulgados no final de outubro, que cimentam o poder republicano no Estado decisivo.
Mas o resultado deste litígio não afectará o equilíbrio partidário na Câmara dos Representantes dos EUA após as eleições para o Congresso do próximo ano, porque o processo não contesta as linhas distritais que serão utilizadas em 2024. O prazo para apresentação de candidaturas para as eleições do próximo ano terminou a 15 de dezembro.
Em vez disso, os queixosos dizem que estão à espera de novos mapas antes das eleições de 2026.
A queixa alega que os legisladores republicanos, que detêm uma supermaioria na Assembleia Geral da Carolina do Norte, "visaram as circunscrições eleitorais negras com precisão cirúrgica em todo o estado (...) para obter linhas distritais preferenciais que diminuem a capacidade dos eleitores negros de eleger candidatos da sua escolha a todos os níveis do governo".
Numa declaração, Deborah Maxwell, presidente da Conferência Estatal da NAACP na Carolina do Norte, afirmou que os legisladores procuraram conscientemente corroer "o poder dos eleitores negros, poder pelo qual se lutou durante décadas de violenta discriminação e sofrimento".
O Presidente da Câmara da Carolina do Norte, Tim Moore, e o líder do Senado, Phil Berger, os dois principais republicanos da legislatura, não responderam imediatamente aos pedidos de comentário. Durante o processo de redistritamento recentemente concluído, os republicanos que supervisionaram o desenho do mapa insistiram que nunca consultaram dados sobre raça para configurar os novos distritos.
O mapa do Congresso poderá ajudar os republicanos a conquistar pelo menos três lugares na Câmara dos Representantes dos EUA após as eleições do próximo ano. Atualmente, o Partido Republicano detém uma maioria muito reduzida na Câmara dos Representantes, e as escaramuças de redistritamento em todo o país poderão determinar qual o partido que levará a melhor no próximo ano.
Três democratas da Câmara da Carolina do Norte, cujos distritos foram significativamente remodelados pela legislatura estadual, já anunciaram que não tentarão a reeleição no próximo ano. Moore está a concorrer ao Congresso por um desses distritos recentemente redesenhados.
Atualmente, a delegação do Congresso da Carolina do Norte está dividida em 7-7 entre os partidos políticos, de acordo com as linhas temporárias impostas por um tribunal que se aplicam apenas às eleições de 2022.
Uma ação judicial separada, intentada no início deste mês, pede a um tribunal federal que conceda uma providência cautelar e bloqueie a utilização do novo mapa do Congresso nas eleições do próximo ano, alegando que este "discrimina intencionalmente os eleitores das minorias", em violação da Constituição dos EUA.
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Fonte: edition.cnn.com
