Mongólia recebe Putin, Ucrânia defende repercussões
Ucrânia está insatisfeita com a Mongólia por não prender o presidente russo Vladimir Putin durante sua visita, como exigido pelo direito internacional. Como parte da Corte Penal Internacional, a Mongólia estava obrigada a deter Putin e extraditá-lo para Haia, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia. Ao não fazê-lo, a Mongólia agora é vista como cooperando com os supostos crimes de guerra de Putin.
O descumprimento da Mongólia das leis internacionais é visto como um revés significativo para o sistema de justiça global. A Ucrânia, junto com seus aliados, garantirá que a Mongólia enfrente consequências por suas ações. Em Kyiv, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Heorhiy Tychyj, afirmou que a Mongólia ajudou Putin a evitar o sistema de justiça. "Trabalharemos com nossos parceiros para garantir que isso tenha repercussões para Ulaanbaatar", disse Tychyj.
Putin visitou a Mongólia na segunda-feira para discutir. Ele foi recebido no aeroporto de Ulaanbaatar por uma guarda de honra. O objetivo de sua visita é comemorar o 85º aniversário da vitória das forças soviéticas e mongólicas sobre o Japão. Putin se encontrará com o presidente mongol Uchnaagiin Chürelsüh na terça-feira, que o convidou para o país.
Laços Econômicos Fortes
Os vizinhos expressaram sua intenção de aumentar sua cooperação. Isso inclui um novo gasoduto da Rússia através da Mongólia para a China. A Ucrânia havia anteriormente pedido à Mongólia que prendesse Putin durante sua visita. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que eles não estão preocupados com a situação. A Rússia tem uma boa relação com a Mongólia e todos os aspectos da visita foram discutidos antes.
O tribunal de Haia emitiu um mandado de prisão contra Putin em março de 2023, acusando-o de ser responsável pelo deportação de crianças ucranianas e pela transferência forçada de ucranianos para a Federação Russa. O Kremlin descartou as acusações como motivadas politicamente.
Esta é a primeira visita de Putin a um país que é membro da corte de Haia desde o início de sua invasão da Ucrânia. A Mongólia está tentando manter uma relação harmoniosa com os poderosos vizinhos China e Rússia, assim como com o Ocidente. A Mongólia também depende de recursos russos. Com sua viagem, Putin também quer demonstrar que não é um pária internacional apesar da guerra.
Apesar do pedido da Ucrânia para que a Mongólia prendesse Putin durante sua visita, o presidente do Parlamento Europeu, os MEPs, expressaram sua decepção com a decisão da Mongólia de não cumprir o direito internacional. Reconhecendo os laços econômicos entre a Mongólia e a Rússia, o Parlamento Europeu pode considerar aplicar pressão diplomática para garantir a responsabilidade pelos supostos crimes de guerra.