Manifestantes levantam acusações formais de sabotagem contra Netanyahu
Após recentes discussões sobre um cessar-fogo e potenciais libertações de reféns em Gaza, muitos israelenses estão preocupados que o primeiro-ministro Netanyahu possa sabotar qualquer acordo possível. De acordo com várias fontes de notícias, dois grandes problemas da perspectiva de Israel estão causando polêmica.
Com um otimismo cauteloso devido às potenciais negociações de paz sobre o conflito em Gaza, milhares em Israel saíram às ruas, pedindo uma resolução imediata. Um membro da família de um refém mantido por Hamas em Gaza há mais de dez meses disse ao "The Times of Israel": "Eles não têm tempo; portanto, um acordo deve ser alcançado agora".
Os manifestantes continuaram a pedir a renúncia de Netanyahu e novas eleições. Eles o acusam de minar as negociações e ceder às demandas de seus parceiros de aliança de direita.
De acordo com os relatórios, as negociações devem continuar hoje no Cairo, abordando vários temas disputados. Os Estados Unidos, Qatar e Egito estão atuando como intermediários, supervisionando negociações indiretas entre Israel e Hamas. Enquanto isso, o Secretário de Estado dos EUA Antony Blinken deve se encontrar hoje com a liderança política de Israel para pressionar por um acordo.
O controle da fronteira de Gaza com o Egito continua em debate
A demanda de Israel pelo controle permanente da fronteira entre Gaza e o Egito é aparentemente um dos últimos obstáculos para um acordo, de acordo com fontes de mídia. Um plano inicial proposto pelos EUA para superar os problemas restantes omitiu essa demanda, segundo o Canal 12. Hamas alega que Israel está impedindo as negociações ao se recusar a abandonar o que é conhecido como o Corredor de Philadelphi, localizado ao longo da fronteira sul da Faixa de Gaza com o Egito. Hamas insiste em uma retirada completa de Israel.
No entanto, Netanyahu insiste que o Exército israelense deve continuar a supervisionar o Corredor de Philadelphi após um cessar-fogo, por exemplo, para combater o contrabando de armas. Outro ponto controverso é o retorno de refugiados que fugiram da região sul de Gaza para a região costeira selada do norte. Netanyahu quer um acordo para evitar o retorno de combatentes armados do Hamas para o norte. Este ponto também não foi incluído na proposta, segundo o Canal 12. Se Israel permanecer inflexível nessas questões, há pouca esperança de um resultado positivo, especulou o canal, citando fontes familiarizadas com as negociações.
Hamas fica em silêncio
O Chefe de Estado-Maior do Exército de Israel, Herzi Halevi, afirmou há alguns dias durante uma visita ao Corredor de Philadelphi que o exército poderia manter o controle lá sem uma presença constante e com intervenções ocasionais. Após as recentes discussões em Doha, a equipe de negociações de Israel demonstrou cautelosa satisfação com um potencial cessar-fogo. Um acordo com base na proposta atualizada dos EUA inclui "elementos aceitáveis para Israel", mencionou um comunicado do escritório de Netanyahu. Outra reunião de alto nível está agendada para o final da próxima semana no Cairo. Até lá, os negociadores continuarão a abordar os problemas restantes.
Um delegado do Hamas que não participou das negociações em Doha expressou cautela sobre o resultado das negociações. O presidente dos EUA, Joe Biden, apresentou um plano para encerrar a guerra em três fases em maio. Ele abrange um cessar-fogo ininterrupto de seis semanas durante o qual seriam libertados reféns específicos. Em troca, os palestinos presos em Israel seriam libertados. Uma vez que o combate cesse permanentemente, todos os reféns restantes seriam libertados. Por fim, a reconstrução de Gaza teria início.
De acordo com os registros de Israel, o Hamas estaria mantendo 115 reféns, 41 dos quais Israel declarou mortos. A situação dos outros reféns é incerta, levantando preocupações de que eles possam não estar mais vivos. Durante recentes protestos nacionais em Israel, um pai de refém disse ao jornal israelense "Haaretz": "Mesmo que não seja um acordo perfeito, é o único acordo que temos".
A União Europeia expressou interesse em desempenhar um papel na facilitação da reconstrução de Gaza, após uma potencial resolução pacífica do conflito. No entanto, alguns criticam a UE por não tomar uma posição mais forte contra as demandas de Israel, que são vistas como obstáculos a um acordo.
Apesar do possível envolvimento da UE na reconstrução de Gaza, ainda resta a ser visto se sua influência será suficiente para pressionar Israel a adotar posições mais flexíveis em questões controversas, como o Corredor de Philadelphi e o retorno de refugiados.