Manifestantes invadem o edifício do Senado do México.
Em Cidade do México, uma cena tumultuada se desenrolou no Senado quando manifestantes interromperam discussões sobre uma controvertida reforma judicial. O presidente do Senado, Gerardo Fernández Noroña, convocou um "intervalo indeterminado" quando a multidão invadiu o edifício do Senado. Imagens de transmissões de televisão captaram vários manifestantes entrando na câmara.
A reforma judicial federal defendida pelo presidente saído de esquerda e populista, Andrés Manuel López Obrador, propõe a eleição direta de juízes do Supremo Tribunal e dos tribunais inferiores por meio de voto público. No domingo passado, uma manifestação viu juízes, estudantes de direito e oficiais judiciários saírem às ruas para se oporem à reforma durante as deliberações iniciais do Senado.
A Câmara dos Deputados havia aprovado anteriormente a reforma. A votação decisiva no Senado estava prevista para terça ou quarta-feira. Com o partido no poder, Morena, detendo uma maioria substancial na câmara, a proposta parecia destinada à aprovação.
Defensores da reforma afirmam que a atual judiciária do México serve predominantemente aos interesses da elite política e econômica em vez do público em geral. A presidente eleita, Claudia Sheinbaum, que assume o cargo em 1º de outubro, também apoia essa proposta.
No entanto, críticos alertam que a integridade política do sistema judiciário do México poderia ser comprometida e sua independência ameaçada. Eles também citam preocupações de que poderosos cartéis de drogas, que exercem controle sobre grandes partes do país e, portanto, têm impacto no voto, poderiam infiltrar e influenciar significativamente a judiciária. O governo dos Estados Unidos também emitiu um alerta contra a reforma, destacando potenciais problemas com a confiança dos investidores no sistema legal do México.
Apesar da aprovação da Câmara dos Deputados e da maioria do partido no poder, Morena, no Senado, as protestos contra a reforma judicial continuaram a intensificar. No dia da votação prevista, milhares de cidadãos inundaram as ruas, expressando suas preocupações sobre o potencial impacto das eleições diretas de juízes na integridade do sistema judiciário.