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Maduro sobre líderes da oposição: "Deve estar atrás das grades"

O tom é mais rude: o presidente da Venezuela diz publicamente que seus desafiantes pertencem à prisão. O chefe da OAS pede um mandato de prisão contra Maduro.

Pelo menos 11 pessoas foram mortas durante protestos contra os resultados das eleições
Pelo menos 11 pessoas foram mortas durante protestos contra os resultados das eleições

- Maduro sobre líderes da oposição: "Deve estar atrás das grades"

A disputa pelo poder após as eleições contestadas na Venezuela está se intensificando. O presidente autoritário Nicolás Maduro afirmou que a líder da oposição, María Corina Machado, e seu candidato, Edmundo González Urrutia, deveriam ser presos. "Como cidadão, eu digo: Essas pessoas deveriam estar atrás das grades", declarou Maduro na quarta-feira (horário local) diante de jornalistas em Caracas.

A oposição, por sua vez, insiste que venceu as eleições, apesar das alegações de fraude, nas quais Maduro foi declarado vencedor. Os Estados Unidos exigem, em termos cada vez mais duros, que a autoridade eleitoral publique as listas de votos. Enquanto Maduro prometeu uma revisão das eleições, o Supremo Tribunal é considerado pró-governo.

Maduro rotulou Machado e González como criminosos e covardes. Figuras de destaque do partido governante socialista já haviam chamado pelo arresto dos dois oponentes do governo nos dias anteriores. O presidente culpou a oposição pelos protestos violentos após as eleições.

Confrontos resultaram em pelo menos 11 mortes, de acordo com organizações venezuelanas independentes. A Human Rights Watch relatou ter recebido relatos de até 20 mortes. A Procuradoria-Geral da República relatou que mais de 1.000 pessoas foram presas.

A oposição culpa o governo pelos protestos. "A Venezuela e o mundo sabem que a violência é o último recurso do regime de Maduro", escreveu Machado no X. "Após a clara vitória eleitoral que alcançamos, a resposta do regime é assassinato, sequestro e perseguição. Esses crimes não ficarão impunes."

Mandado de prisão para Maduro exigido

O Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, planeja solicitar um mandado de prisão contra Maduro ao Tribunal Penal Internacional em Haia. Antes das eleições, ele havia alertado para um banho de sangue e uma guerra civil no país sul-americano se não fosse reeleito.

É escandaloso que Maduro esteja agora realizando esse banho de sangue, disse Almagro. Há intenção, engano e crueldade envolvidos. "Chegou a hora de apresentar acusações e solicitar um mandado de prisão ao Tribunal Penal Internacional contra os principais responsáveis, incluindo Maduro", escreveu Almagro no X. O tribunal vem investigando o governo de Maduro por anos por suspeitas de crimes contra a humanidade.

Após a eleição presidencial no domingo, a autoridade eleitoral pró-governo declarou oficialmente Maduro como vencedor. No entanto, a oposição acusa o governo de fraude eleitoral e alega vitória para seu candidato, González. Afirma ter acesso a mais de 80% dos resultados detalhados das urnas individuais, que o Conselho Nacional Eleitoral ainda não publicou. Segundo esses dados, González teria recebido 67% dos votos e Maduro 30%.

Muitos países duvidam do resultado da eleição

Os Estados Unidos, a UE e vários países da América Latina também duvidam do resultado oficial da eleição. O Peru chegou a reconhecer o candidato da oposição, González, como vencedor das eleições, levando a Venezuela a romper relações diplomáticas com o país sul-americano.

O governo dos Estados Unidos alertou através do diretor de comunicações do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby: "A nossa paciência e a da comunidade internacional está se esgotando". O tempo para a autoridade eleitoral venezuelana publicar "dados completos e detalhados" está se esgotando, "para que todos possam ver os resultados".

Maduro solicitou uma investigação das eleições pelo Supremo Tribunal de forma demonstrativa e anunciou que publicaria os resultados detalhados em breve. No entanto, o tribunal é considerado pró-governo e não independente, como enfatizado pelo Centro Carter. A organização independente dos EUA havia enviado observadores eleitorais à Venezuela e descreveu o voto como não democrático.

A Venezuela enfrenta uma grave crise política e econômica há anos, que também é devido à má gestão sob o governo socialista de Maduro. No país outrora próspero com grandes reservas de petróleo, mais de 80% da população vive abaixo da linha da pobreza. Apagões são frequentes, e combustível, gás e medicamentos são escassos. Mais de sete milhões de pessoas, um quarto da população, deixaram a Venezuela nos últimos dez anos devido à pobreza e à violência.

HRW no X PK Maduro via X X-Post Machado X-Post Almagro

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