Guterres adverte contra a "punição colectiva" dos palestinianos
As atrocidades cometidas pelo Hamas em Israel não justificam a punição de todos os palestinianos. O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, deixou isto bem claro na reunião de emergência do Conselho de Segurança. É necessário um cessar-fogo urgente, exige.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, alertou para a necessidade de não punir todos os palestinianos pelas atrocidades cometidas pela organização radical islâmica Hamas. "A brutalidade cometida pelo Hamas nunca pode justificar a punição colectiva do povo palestiniano", afirmou Guterres numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. O Presidente do Conselho de Segurança da ONU apelou à "libertação imediata e incondicional" dos restantes reféns do Hamas.
Guterres afirmou que os "cerca de 130 reféns" devem ser tratados "humanamente" até à sua libertação e visitados pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha. Guterres condenou os ataques do Hamas em Israel e mostrou-se "chocado" com os relatos de violência sexual contra as mulheres. Não existe "qualquer justificação" para os ataques brutais do Hamas.
O Presidente do Parlamento Europeu exortou o Conselho de Segurança das Nações Unidas a trabalhar em prol de um cessar-fogo humanitário. O "limite da resiliência" na Faixa de Gaza foi atingido, disse Guterres. "Existe um risco elevado de que o sistema de apoio humanitário em Gaza entre em colapso total, o que teria consequências devastadoras". Os Emirados Árabes Unidos apresentaram então um novo projeto de resolução apelando a um cessar-fogo. Não ficou claro se e quando o projeto será votado. A votação estava prevista para a reunião com Guterres, mas foi novamente adiada. De acordo com os círculos diplomáticos, é possível que a votação ainda possa ter lugar esta sexta-feira. Propostas de resolução semelhantes já tinham falhado anteriormente devido à resistência dos EUA.
O Secretário-Geral da ONU tinha convocado a reunião. Na sua carta, referiu-se ao artigo 99º da Carta das Nações Unidas. Este artigo estabelece que "o Secretário-Geral pode chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que, na sua opinião, possa pôr em perigo a manutenção da paz e da segurança internacionais". Há décadas que este artigo não era utilizado.
Baerbock apela a Israel
A guerra é também um tema da Conferência Mundial sobre o Clima no Dubai. "Esperamos que Israel adapte a sua ação militar de forma a aliviar o sofrimento dos civis", afirmou a Ministra Federal dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock. Israel deve permitir mais ajuda humanitária e tomar medidas mais específicas. "Demasiados civis em Gaza já foram vítimas do conflito", afirmou, seguindo uma linha semelhante à de Guterres. A questão da forma como Israel conduz a luta é central. "Porque o 'como' da guerra deve abrir-nos opções políticas em vez de as fechar". A guerra não será ganha se a paz se perder no processo.
A guerra entre Israel e a organização radical islâmica Hamas dura há dois meses. Em 7 de outubro, centenas de terroristas do Hamas invadiram Israel e cometeram atrocidades, principalmente contra civis. Segundo informações israelitas, cerca de 1 200 pessoas foram mortas em Israel e cerca de 240 pessoas foram feitas reféns. De acordo com informações israelitas, 138 das pessoas raptadas ainda se encontram detidas pelo Hamas.
De acordo com os números do Hamas, que não podem ser verificados de forma independente, pelo menos 17 487 pessoas foram mortas no território palestiniano desde o início da guerra. De acordo com os números da ONU, 1,9 milhões de palestinianos foram deslocados na Faixa de Gaza. Muitos deles fugiram para Rafah, na fronteira com o Egipto.
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Fonte: www.ntv.de