Frontex assegura a segurança da fronteira russo-finlandesa
Na sequência do encerramento dos postos fronteiriços da Finlândia com a Rússia, 55 agentes da Frontex vão reforçar a vigilância. A BBC noticia que a Rússia está agora a recrutar migrantes retidos na Somália ou no Iraque para a linha da frente na Ucrânia.
55 agentes destacados pela agência europeia de proteção das fronteiras Frontex chegaram à região da fronteira finlandesa com a Rússia. A tarefa da maioria deles é monitorizar a fronteira com a Rússia, explicou o porta-voz da Frontex, Piotr Switalski, ao fim da tarde. O destacamento está inicialmente previsto até ao final de janeiro, mas este período poderá ser alterado "em função das necessidades". A Frontex anunciou o destacamento de guardas de fronteira para a Finlândia no final de novembro. Nos últimos meses, as autoridades finlandesas registaram a chegada de cerca de 1000 migrantes do Médio Oriente e de África - principalmente do Iraque, Iémen e Somália - à fronteira oriental com a Rússia.
O governo de Helsínquia acusa a Rússia de contrabandear migrantes sem documentos através da fronteira para desestabilizar a Finlândia, que é membro da NATO desde abril. A Comissão Europeia falou de uma "instrumentalização vergonhosa" dos migrantes por parte de Moscovo. O porta-voz da Frontex, Switalski, afirmou: "Sabemos que a pressão migratória é um dos instrumentos utilizados pelo Kremlin e, por conseguinte, podemos esperar que continue a ser esse o caso".
Comentando a situação atual na zona fronteiriça entre a Finlândia e a Rússia, o guarda fronteiriço finlandês Ville Joskitt disse à agência noticiosa AFP que ainda existem "grandes grupos de migrantes de países terceiros" na zona próxima da fronteira. Apesar de alguns deles se terem deslocado para outras partes da Rússia nos últimos dias, a situação atual na zona fronteiriça irá manter-se "durante muito tempo".
Rússia envia migrantes para a linha da frente da Ucrânia
De acordo com uma reportagem da BBC, as autoridades russas começaram a prender migrantes após o encerramento da fronteira com a Finlândia, a fim de os recrutar para a guerra contra a Ucrânia. De acordo com a emissora, o pretexto para as detenções foi o facto de os vistos russos terem expirado. Os activistas dos direitos humanos contaram à BBC vários casos em que refugiados do Iraque e da Somália foram recrutados para a guerra. Segundo eles, as autoridades russas conseguiram recrutar dezenas de estrangeiros.
No final de novembro, a Finlândia fechou os oito postos fronteiriços com a Rússia, em resposta ao número crescente de imigrantes. A Rússia e a Finlândia partilham uma fronteira terrestre de cerca de 1.300 quilómetros. As relações entre os dois países deterioraram-se significativamente desde o início da guerra de agressão russa contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Em abril, a Finlândia aderiu à NATO após décadas de neutralidade na aliança. Moscovo condenou a adesão à aliança militar como um "ataque à segurança da Rússia" e anunciou "contramedidas".
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Fonte: www.ntv.de