EUA querem mostrar presença na Guiana com a sua força aérea
A Venezuela quer anexar grande parte da Guiana. O país teme uma invasão. O Brasil partilha esta preocupação. Agora, Washington está a responder com o envio de caças para enviar um sinal de força.
Perante a escalada do conflito entre a Guiana e a vizinha Venezuela, as forças armadas americanas querem mostrar a sua presença sobrevoando o território da Guiana. "Os EUA continuarão o seu compromisso como parceiro de segurança de confiança da Guiana e promoverão a cooperação regional", anunciou o Comando Sul das Forças Armadas dos EUA. Os voos fazem parte de "compromissos e operações de rotina".
A Venezuela reivindica a região de Essequibo, rica em recursos naturais, na Guiana. A cobiça aumentou especialmente depois que a empresa petrolífera ExxonMobil descobriu um depósito de petróleo na área em 2015. Em outubro, foi feita outra descoberta significativa de petróleo na região, aumentando as reservas da Guiana para pelo menos dez mil milhões de barris - mais do que as do Kuwait, rico em petróleo, ou dos Emirados Árabes Unidos.
A Venezuela sublinhou recentemente a sua exigência através de um referendo polémico. No referendo não vinculativo de domingo, 96% dos participantes manifestaram-se a favor da criação de um novo Estado venezuelano, denominado Guayana Esequiba, e da concessão da cidadania venezuelana à população da região.
Brasil manifesta preocupação
O governo da Guiana descreveu o referendo como uma ameaça à segurança e à paz no país. A região de Essequibo, que abrange cerca de 160.000 quilómetros quadrados, representa cerca de dois terços do território da Guiana. "Estamos também a preparar-nos para o pior cenário possível. Estamos a preparar-nos com os nossos aliados e amigos para garantir que somos capazes de defender o que é nosso, o Essequibo", disse o Presidente da Guiana, Ali, numa entrevista à estação de televisão americana CBS. A Guiana é um dos países mais pobres da América do Sul e tem uma população de cerca de 800.000 habitantes.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também expressou crescente "preocupação" com as tensões nas fronteiras no norte do país. Numa reunião dos Estados sul-americanos do Mercosul, Lula disse: "Se há uma coisa que não queremos aqui na América do Sul, é a guerra". O exército brasileiro anunciou na quarta-feira que iria aumentar a sua presença nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, no norte do país, a fim de "garantir a inviolabilidade do território".
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Fonte: www.ntv.de