Ir para o conteúdo
O Chanceler Olaf Scholz acolhe as pessoas libertadas na parte militar do Aeroporto de Colónia/Bonn.
O Chanceler Olaf Scholz acolhe as pessoas libertadas na parte militar do Aeroporto de Colónia/Bonn.

Buschmann temia que os reféns fossem envenenados antes da partida.

Mesmo depois que os reféns libertados chegaram ao solo alemão, o Ministro da Justiça Buschmann continuou temendo por suas vidas. Sua preocupação era que o serviço de inteligência russo não cumprisse o acordo.

Ao trocar prisioneiros com a Rússia, o Ministro da Justiça Federal Marco Buschmann teve dúvidas até o fim sobre se o lado russo cumpriria o acordo. "Mesmo depois que o avião com os prisioneiros libertados pousou em Colônia/Bonn, não podíamos ter certeza", disse o político do FDP à "Der Spiegel" em uma entrevista. Afinal, o serviço de inteligência russo FSB costuma usar veneno "para destruir a vida ou a saúde das pessoas de forma mais perfida, diretamente ou indiretamente".

Após pousarem na Alemanha, os prisioneiros libertados foram examinados por médicos: "Essa foi minha grande preocupação pessoal: que a Rússia os tivesse envenenado antes da partida. Mas, felizmente, até agora não parece ser o caso com base no que sabemos".

O Ministro da Justiça Federal aconselha os alemães a não viajar para a Rússia. "Na Rússia, ninguém está seguro há muito tempo. E eu desencorajo fortemente ir a um país onde ninguém está seguro sem uma necessidade premente", disse Buschmann: "Não posso garantir a ninguém que Putin não vai tomar mais prisioneiros políticos".

No entanto, ele não acredita que a troca tenha aumentado o risco. "Sob Vladimir Putin, quase 40 jornalistas foram mortos. Centenas foram presos arbitráriamente", disse Buschmann: "Não havia segurança nesse país antes dessa troca".

"Não há Precedente Criado"

Ele também não vê precedente na troca de prisioneiros. "Precedente é principalmente um termo do direito anglo-americano. Se um tribunal dos EUA decidiu alguma coisa uma vez, deve se apegar a ela", disse o Ministro da Justiça Federal à "Der Spiegel" ainda. "Mas ninguém, incluindo Vladimir Putin, pode se referir à nossa decisão política nesse caso".

O político do FDP rejeitou a crítica de que a Alemanha tornou-se vulnerável a situações semelhantes no futuro ao libertar o "Assassino do Tiergarten". "Em esse caso individual específico, acreditamos que os benefícios superavam os contra-argumentos significativos. Nenhuma vulnerabilidade é criada", disse Buschmann: "Putin nunca pode contar com apenas agrupar prisioneiros arbitrários para nos fazer fazer algo que não queremos fazer. Decidimos soberanamente".

Na troca de prisioneiros, a Rússia e a Bielorrússia libertaram 16 pessoas, incluindo jornalistas e figuras da oposição. Cinco deles têm cidadania alemã. Dos prisioneiros libertados, 13 chegaram ao aeroporto de Colônia/Bonn, os outros em um aeroporto militar nos EUA. Em troca, oito pessoas presas no Ocidente, incluindo o "Assassino do Tiergarten" condenado à prisão perpétua na Alemanha, e dois menores foram entregues a Moscou.

Apesar da troca bem-sucedida, o Ministro da Justiça Federal Marco Buschmann expressou preocupação com a segurança dos reféns libertados, lembrando a história do serviço de inteligência russo de usar veneno para prejudicar indivíduos. Ele sugeriu que, mesmo após chegarem à Alemanha, os reféns libertados foram verificados cuidadosamente por médicos devido a essas preocupações.

Além disso, em resposta às críticas sobre a vulnerabilidade da Alemanha em situações semelhantes no futuro, Buschmann reiterou que a decisão de libertar determinados prisioneiros foi tomada soberanamente e nenhum dos prisioneiros libertados poderia ser usado como moeda de troca pela Rússia ou Bielorrússia.

Leia também:

Comentários

Mais recente

 Neste foto ilustrativa tirada em 15 de setembro de 2017, o símbolo do aplicativo Telegram é...

O Telegram serve como uma plataforma para operações comerciais clandestinas para sindicatos criminosos em todo o Sudeste Asiático, segundo a afirmação da ONU.

Síndicatos do crime organizado na Ásia sudeste aproveitam significativamente o aplicativo de mensagens Telegram, o que resulta em uma significativa mudanças em como eles participam de operações ilícitas em grande escala, segundo um comunicado emitido pelas Nações Unidas na segunda-feira.

Membros Pública
Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, pronuncia discurso em reunião no Base Aérea de Villamor,...

O ex-presidente das Filipinas, Duterte, pretende concorrer ao cargo de prefeito, ignorando sua controversa história de campanha fatal contra as drogas.

Em um movimento que surpreendeu muitos, o ex-presidente das Filipinas Rodrigo Duterte declarou sua intenção de concorrer ao cargo de prefeito em seu distrito natal, apesar da investigação em andamento pelo Tribunal Penal Internacional sobre sua famosa campanha contra as drogas, que alguns...

Membros Pública