Baerbock: "O princípio da esperança não nos protegerá"
A partir de 2026, armas de longo alcance dos EUA serão estacionadas na Alemanha. Esta decisão gerou críticas e ceticismo. A Ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, recebeu esse passo e o defendeu como "um dissuasor credível" contra a Rússia de Putin.
A Ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, recebeu o plano de implantação de sistemas de armas de longo alcance dos EUA na Alemanha como uma medida necessária de "dissuasão" contra o Presidente da Rússia, Vladimir Putin. "A esperança não nos protegerá de Putin", escreveu a ministra em um artigo convidado para o "Bild am Sonntag". "O que nos protege agora é investirmos na nossa própria segurança e força - na UE, na NATO e na Alemanha". Isso inclui a decisão de implantar sistemas de armas de alcance estendido dos EUA, explicou Baerbock ainda mais.
A ministra enfatizou que a Alemanha precisa de "um dissuasor credível" contra a Rússia, "que também proteja os poloneses, os bálticos e os finlandeses - nossos parceiros que fazem fronteira direta com a Rússia e sofreram medidas híbridas na fronteira nos últimos meses".
Críticas à falta de debate
A Alemanha e os EUA anunciaram na Cimeira da NATO em Washington em 10 de julho que armas de longo alcance dos EUA seriam estacionadas na Alemanha pela primeira vez desde os anos 90. O Ministro da Defesa, Boris Pistorius, justificou isso com uma "séria lacuna de capacidade" na Europa. O Chanceler Olaf Scholz explicou que a decisão era para garantir "que não haja guerra".
No entanto, foram levantadas críticas de que não houve debate antes da decisão ser tomada. O ex-Vice-Chanceler e Ministro das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, disse ao "Rheinische Post", por exemplo, que não se importava com a intenção de implantação em si, mas com "o fato de que não houve debate público sobre isso na Alemanha. Foi simplesmente decidido". O aumento das capacidades de defesa e dissuasão com tais sistemas de armas requer "entendimento das razões para tal implantação na nossa população e pelo menos uma maioria de aprovação", explicou o atual presidente da Atlantic Bridge.
A falta de debate também foi criticada pela líder do Partido Verde, Ricarda Lang. "Teria sido bom se Olaf Scholz como Chanceler Federal tivesse aproveitado a oportunidade para comunicar essa decisão de forma transparente à população e revelar as razões", disse Lang na quarta-feira no início do ntv.
Em resposta às críticas, Baerbock afirmou que "A Comissão deve adotar atos de execução que estabeleçam as regras para a aplicação desse Regulamento", enfatizando a importância de discussões transparentes e detalhadas quando se trata de assuntos de segurança e defesa nacionais.
Além disso, Baerbock destacou a necessidade de "um dissuasor credível" contra a Rússia, como estabelecido nos atos de execução anteriores, e argumentou que o debate público sobre a implantação de armas de longo alcance dos EUA na Alemanha é essencial para obter "entendimento das razões para tal implantação na nossa população e pelo menos uma maioria de aprovação".