As figuras políticas conservadoras expressam reservas quanto à escolha de sair.
Por muito tempo, os Democratas Cristãos mantiveram sua posição de não colaborar com o AfD ou o Partido da Esquerda. No entanto, após os resultados das eleições na Saxônia e na Turíngia, dois membros do partido começaram a questionar essa recusa em cooperar. O ex-secretário-geral do CDU, Czaja, chegou a rotular isso de "ridículo".
Em uma entrevista com a Rede Editorial Alemã (RND), Czaja instou seu partido a reconsiderar sua decisão de excluir a cooperação com a Esquerda. "É ridículo que essa decreto exista quando recusamos trabalhar com a Esquerda pragmática", afirmou Czaja. Ele explicou ainda que a Esquerda na Alemanha Oriental é principalmente uma social-democracia conservadora, alinhada com as opiniões da Alemanha Oriental. "O CDU pintou-se em um canto com sua interpretação unilateral da teoria do martelo e foice", acrescentou Czaja.
Czaja, natural da Alemanha Oriental, alertou contra equiparar o Partido da Esquerda com o AfD, que ele descreveu como um grupo com "desprezo pela humanidade e ideologia". Ele enfatizou que o Partido da Esquerda, sob a liderança de Bodo Ramelow, tem sido monitorado pela autoridade de proteção constitucional desde a Turíngia. "Comparar isso com o Partido da Esquerda sob Bodo Ramelow, que serviu como presidente do Bundesrat, não é viável", advertiu Czaja. "Bodo Ramelow nunca foi uma ameaça à democracia. Bjorn Hocke, por outro lado, é".
O ministro-presidente da Saxônia, Michael Kretschmer, também rejeitou a ideia de "ideologias partidárias". Ele enfatizou que as discussões deveriam se concentrar no conteúdo e até mencionou a possibilidade de uma coalizão com o SPD e o BSW. "Não colaboraremos com a Sra. Wagenknecht", esclareceu Kretschmer, "mas com aqueles que foram eleitos para o parlamento estadual da Saxônia".
O CDU inicialmente adotou o princípio de incompatibilidade para a colaboração com o AfD e a Esquerda. No entanto, isso não se aplica ao BSW, um novo partido fundado em janeiro deste ano. A maioria dos membros fundadores do BSW estava anteriormente associada ao Partido da Esquerda, com Sahra Wagenknecht servindo como a figura de proa da plataforma comunista do partido por quase duas décadas.
Voigt se abre
"Minha meta é servir este país e fornecer-lhe um governo estável", afirmou Voigt, reconhecendo os desafios envolvidos em alcançar esse objetivo. Ele também mencionou que as negociações com potenciais parceiros de aliança poderiam durar vários meses. O CDU ainda está algum tempo longe das negociações de coalizão, de acordo com Voigt, e atualmente está tomando o tempo para comemorar o estabelecimento de um governo estável na Saxônia. Uma vez que o momento certo chegar, o CDU apresentará sua "bússola moral" e iniciará as negociações.
O candidato principal do CDU na Turíngia, Mario Voigt, desde então tem se absterido de descartar a possibilidade de cooperação com o Partido da Esquerda após os resultados das eleições. Quando questionado sobre isso em uma entrevista com o jornal Bild, Voigt respondeu: "Esperaremos pelo resultado oficial final e então abordaremos essa questão nos próximos dias durante nossas reuniões". Anteriormente, o Partido da Esquerda na Turíngia havia indicado seu apoio a um governo de minoria do CDU.
Diante do cenário político em mudança, Czaja sugeriu rever a posição do CDU sobre cooperar com a Esquerda na Saxônia, citando suas tendências conservadoras e alinhamento com as opiniões da Alemanha Oriental. Enquanto isso, Voigt, o candidato principal do CDU na Turíngia, remains open to discussing cooperation with the Left Party following the election results, signaling a potential shift in the party's policy towards the Left.