As alterações climáticas estão a custar aos EUA 150 mil milhões de dólares por ano. Eis o que isso significa
Até 8 de novembro, registaram-se 25 catástrofes meteorológicas e climáticas com prejuízos superiores a mil milhões de dólares, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica. Este número ultrapassa a contagem do ano passado - mesmo sem os dados dos últimos dois meses do ano.
No total, os fenómenos meteorológicos extremos custam aos EUA 150 mil milhões de dólares por ano, devido a impactos directos como danos em infra-estruturas, ferimentos em trabalhadores e perdas agrícolas, estimam os autores do relatório. E o custo dos fenómenos meteorológicos extremos deverá aumentar a curto prazo com o aumento previsto do nível do mar e das temperaturas, segundo o relatório.
Na contagem deste ano estão incluídos os incêndios devastadores que ocorreram no Havai durante o verão. Os danos causados pelos incêndios, que tiraram a vida a mais de 100 pessoas e destruíram milhares de casas e empresas, custaram 5,6 mil milhões de dólares, de acordo com uma estimativa dos Centros Nacionais de Informação Ambiental, uma divisão da NOAA.
Há também implicações económicas importantes. Por exemplo, os autores do relatório citam uma investigação publicada em abril pelo Centro de Bens Imobiliários do MIT, que concluiu que os danos causados pelos furacões podem resultar em taxas mais elevadas de incumprimento das hipotecas, uma vez que os proprietários ficam mais sujeitos a pressões financeiras. Os autores também citaram estudos que concluíram que as inundações e a subida do nível do mar fazem baixar os preços das casas e os valores das propriedades, à medida que mais pessoas se deslocam para zonas menos propensas a inundações.
Os furacões nos Estados Unidos também podem sobrecarregar os orçamentos governamentais, uma vez que tendem a conduzir a desembolsos substancialmente mais elevados da rede de segurança social, incluindo o seguro de desemprego e os pagamentos médicos públicos, de acordo com um estudo publicado em 2017 por Tatyana Deryugina, professora de finanças na Universidade de Illinois Urbana-Champaign.
A estimativa do relatório da Avaliação Nacional do Clima sobre o custo anual total das alterações climáticas nos Estados Unidos tem em conta estes factores. No entanto, não tem em conta a perda de vidas e os custos relacionados com os cuidados de saúde.
150 mil milhões de dólares à primeira vista
Pode ser difícil avaliar o valor de 150 mil milhões de dólares sem ter algo com que o comparar. É por isso que a CNN procurou encontrar alguns exemplos significativos.
O custo anual de 150 mil milhões de dólares dos danos causados pelo clima extremo nos EUA é
- Mais do que o produto interno bruto de Marrocos no ano passado, de acordo com dados do Banco Mundial
- Mais ou menos o património líquido de Larry Ellison, o cofundador da Oracle, de acordo com a lista de bilionários da Forbes
- O suficiente para cobrir cerca de cinco semanas de pagamentos da Segurança Social para todos os beneficiários a partir de setembro, de acordo com estimativas da CNN baseadas em dados mensais da Administração da Segurança Social
- Mais do que o que o governo dos EUA distribuiu aos 41 milhões de pessoas que receberam senhas de alimentação em 2022, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA
- Igual a cerca de 9% do total da dívida de empréstimos estudantis nos Estados Unidos, de acordo com o Relatório Trimestral da Reserva Federal de Nova York sobre Dívida e Crédito das Famílias
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Fonte: edition.cnn.com
