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Analistas de inteligência dos Estados Unidos concluem que a IA está aumentando, mas não instigando uma mudança revolucionária, nas tentativas estrangeiras de manipular as eleições de 2024.

Analistas de inteligência dos Estados Unidos concluem que a IA está aumentando, mas não instigando uma mudança revolucionária, nas tentativas estrangeiras de manipular as eleições de 2024.

A comunidade de inteligência dos EUA vê a IA como um catalisador prejudicial que agrava problemas, em vez de uma ferramenta revolucionária para influência, segundo um alto funcionário da Diretoria de Inteligência Nacional (DNI). Isso contrasta com algumas exageros da mídia e da indústria sobre ameaças relacionadas à IA. No entanto, a IA permanece uma preocupação significativa para as agências de inteligência dos EUA que monitoram potenciais ameaças às eleições presidenciais.

A ameaça às eleições dos EUA de conteúdo gerado por IA de entidades estrangeiras depende de essas entidades superarem limitações internas em ferramentas de IA, criar seus modelos de IA avançados ou disseminar estrategicamente conteúdo gerado por IA, explicou o funcionário. As entidades estrangeiras ficam para trás em todas essas áreas, afirmou o funcionário.

Entidades estrangeiras estão utilizando IA para superar barreiras linguísticas e disseminar desinformação entre os eleitores dos EUA, de acordo com funcionários dos EUA. Por exemplo, o Irã usou IA para criar conteúdo em espanhol sobre imigração, um assunto político altamente controverso nos EUA, revelou o funcionário da DNI. Operativos apoiados por Teerã também utilizaram IA para atingir eleitores de ambos os lados do espectro político em questões divisivas como o conflito Israel-Gaza, compartilhou o funcionário. Os funcionários dos EUA suspeitam que a intenção de Teerã é minar a campanha do ex-presidente Donald Trump.

A Rússia lidera o grupo na geração de conteúdo relacionado às eleições dos EUA entre as potências estrangeiras, de acordo com o funcionário da DNI. O conteúdo infundido com IA – vídeos, fotos, texto e áudio – tem sido consistente com os esforços da Rússia para impulsionar a candidatura de Trump e denegrir a campanha da vice-presidente Kamala Harris, afirmou o funcionário.

Em contrapartida, a China está utilizando IA para enfatizar questões políticas divisivas nos EUA, mas não para influenciar resultados específicos das eleições dos EUA, de acordo com a nova avaliação de inteligência dos EUA.

Entidades estrangeiras também recorreram a táticas tradicionais de influência neste ciclo eleitoral, como encenar vídeos em vez de criá-los com IA.

As agências de inteligência dos EUA acreditam que operativos russos encenaram um falso vídeo que se espalhou em uma plataforma no início deste mês, alegando incorretamente que Harris era responsável pela paralisia de uma menina em um acidente de carro com fuga em 2011. Os russos disseminaram a história através de um site que se passava por uma mídia local de São Francisco, de acordo com pesquisadores da Microsoft.

Outro vídeo produzido pela Rússia, que teve pelo menos 1,5 milhão de visualizações na mesma plataforma, alegou mostrar apoiadores de Harris agredindo um apoiador de Donald Trump em um comício, de acordo com a Microsoft.

As agências de inteligência dos EUA alertaram em julho que a Rússia planejava utilizar secretamente as mídias sociais para influenciar a opinião pública e minar o apoio à Ucrânia em estados indecisos.

"A Rússia é um jogador muito mais sofisticado no campo da influência em geral e eles têm uma compreensão melhor de como as eleições dos EUA funcionam e onde e em quais estados alocar recursos", observou o funcionário da DNI.

As capacidades de IA têm sido uma ferramenta potencial para potências estrangeiras em eleições gerais dos EUA no passado. Operativos afiliados aos governos chinês e iraniano criaram conteúdo falso, gerado por IA, para influenciar os eleitores dos EUA no final da campanha eleitoral de 2020, mas acabaram decidindo não disseminar o conteúdo, de acordo com a CNN. Alguns funcionários dos EUA que analisaram a inteligência na época expressaram ceticismo, vendo-o como evidência da incapacidade da China e do Irã de deploy deepfakes de forma efetiva o suficiente para impactar significativamente as eleições presidenciais de 2020.

O uso de IA na política por entidades estrangeiras para fins de desinformação é uma preocupação, como mostrado pelo Irã criando conteúdo gerado por IA sobre imigração, um assunto político sensível nos EUA. Além disso, as agências de inteligência dos EUA estão de olho nas capacidades de IA sendo utilizadas como uma ferramenta potencial de influência em eleições futuras.

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