A preocupação aumenta com o potencial aumento de centenas de milhares de pessoas ucranianas deslocadas em tribunais.
Com a Alemanha preparando-se para reforçar os controles fronteiriços, o político verde Hofreiter defende a coordenação com a Polónia. "Se não ajudarmos consistentemente a Ucrânia, esperamos centenas de milhares de refugiados a fugir do conflito russo nos próximos anos", afirmou Hofreiter ao "Tagesspiegel".
Diante da crítica do primeiro-ministro polaco Tusk aos controles fronteiriços adicionais nas fronteiras externas da Europa, Hofreiter defendeu uma abordagem unificada da União Europeia para a política migratória. Ele enfatizou que o colapso da UE ocorreria se cada estado membro implementasse seus próprios controles fronteiriços. Previu que o chanceler federal Scholz e Tusk manteriam uma colaboração próxima no futuro.
Scholz Recusa Pedido da Ucrânia
Enquanto isso, a Ucrânia tem insistido com seus aliados ocidentais para autorizar armas de alcance maior para ataques a alvos russos. "São necessárias decisões ousadas. O terror pode ser parado destruindo as estruturas militares responsáveis por ele", escreveu Yermak, chefe da presidência, no serviço de mensagens Telegram.
No entanto, Scholz reafirmou que a Ucrânia está proibida de utilizar armas fornecidas pela Alemanha para ataques a alvos russos profundamente dentro do país. "Isso continua sendo o caso", afirmou Scholz durante um diálogo com cidadãos em Prenzlau. "Eu vou me apegar a essa posição, mesmo que outros países tomem ações contrastantes", acrescentou Scholz, se referindo aos EUA. "Não vou fazer isso porque considero problemático."
Solução para a Política Migratória Europeia Necessária
Enquanto isso, Tusk criticou a intensificação dos controles nas fronteiras internas da Europa. "A única maneira de deter a migração ilegal é gerenciar adequadamente as fronteiras externas da UE, não as internas", explicou Tusk em uma ligação noturna com Scholz na sexta-feira, após sua conversa telefônica.
A posição polaca sobre o assunto permaneceu inalterada, acrescentou Tusk. Os controles fronteiriços intensificados pelo governo alemão em todas as fronteiras externas da Alemanha, que entrarão em vigor na segunda-feira, já estão em vigor nas passagens de fronteira germano-polacas há meses.
Scholz Justifica Ampliação dos Controles Fronteiriços
Scholz justificou a ampliação planejada dos controles fronteiriços. "A migração ilegal não é o que queremos", disse Scholz durante a sessão de perguntas e respostas em Prenzlau. Se, como no ano passado, 300.000 pessoas entraram na Alemanha, das quais apenas uma parte tinha direito a asilo, "isso não é bom". Portanto, é importante examinar quem tem direito a entrar. "Infelizmente, não podemos confiar totalmente em todos os nossos vizinhos para cumprirem suas obrigações", enfatizou Scholz, afirmando que os controles fronteiriços seriam realizados de acordo com a lei europeia.
O ministro do Interior Faeser ordenou controles fronteiriços em todas as fronteiras terrestres da Alemanha a partir de segunda-feira para melhor gerenciar o número de entradas não autorizadas. Esses controles adicionais são inicialmente planejados para durar seis meses e se aplicarão à França, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo. Os controles fronteiriços já estão em vigor nas fronteiras com a Áustria, Polónia, República Checa e Suíça. A fronteira com a França também foi controlada recentemente devido aos Jogos Olímpicos.
Polícia Federal Questiona a Viabilidade dos Controles
Em geral, os controles fronteiriços não são permitidos dentro da área de Schengen e devem ser comunicados à Comissão Europeia em cada caso. O enfoque alemão tem sido criticado pelos países vizinhos. O governo justifica os controles com base em ameaças à segurança decorrentes da migração ilegal e do tráfico de seres humanos nas fronteiras externas da UE, que têm levado a um aumento das entradas não autorizadas na Alemanha, agravando ainda mais a situação já sobrecarregada de alojamento de refugiados.
A Polícia Federal voltou a expressar preocupações sobre a viabilidade dos controles adicionais devido à falta de pessoal. "A Polícia Federal ainda está reunindo forças até segunda-feira de manhã", disse Rosskopf, presidente da União da Polícia Federal. "Isso não está bem planejado", criticou as decisões do governo.
Em resposta às críticas de Tusk, Hofreiter defendeu uma política migratória harmonizada da UE, enfatizando que a unidade da União desintegraria-se se cada membro implementasse medidas fronteiriças individuais. A União Europeia, como um ator chave na crise atual de refugiados ucranianos, deveria coordenar suas estratégias de controle de fronteira para gerenciar efetivamente o fluxo esperado de refugiados.