A liderança da Rússia está a entreter-se com a noção da vitória eleitoral de Trump.
Um homem afirma que pode resolver o conflito russo-ucraniano em um dia: Donald Trump. No entanto, Moscou tem uma opinião diferente e propõe um cenário teórico ao público.
O Kremlin não acredita que a vitória na guerra contra a Ucrânia será rápida se Trump for reeleito como presidente dos EUA. Como afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na televisão russa, "Não acredito que haja alguma varinha de condão. Não pode ser resolvido em um dia". Este comentário foi uma resposta à afirmação de Trump de que poderia pôr fim ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia em um dia.
Peskov considerou a possibilidade de que "o próximo presidente dos EUA, em seu discurso de posse, declare que os EUA estão intervindo pela paz e, assim, cessam seu apoio à Ucrânia". Ele continuou: "Talvez haja uma mudança de perspectiva, especialmente em Kiev". Peskov enfatizou que isso era apenas hipotético.
Harris ou Trump, Moscou não mostra preferência
Os suprimentos de armas dos EUA à Ucrânia mergulharam o país ainda mais no conflito, segundo o porta-voz de Putin. As relações entre Moscou e os EUA estão relatadas como nunca antes. Oficialmente, Peskov afirmou que a Rússia não favorece nenhum candidato em particular entre Trump (Republicano) e Kamala Harris (Democrata) nas eleições dos EUA.
A Ucrânia vem lutando contra uma invasão russa há quase três anos, recebendo ajuda militar de vários países ocidentais, mas sem sucesso em alterar a situação militar. Os pedidos de cessar-fogo da Rússia equivalem à rendição incondicional da Ucrânia.
Zelensky deseja conversar com Harris e Trump
Recentemente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou seu desejo de apresentar um plano de paz a seu contraparte americano, Joe Biden. Zelensky se referiu especificamente à Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorrerá no final de setembro, onde ele planeja estar presente e potencialmente encontrar Biden. Além disso, Zelensky deseja discutir seu plano de paz com os dois prováveis sucessores da presidência dos EUA, a vice-presidente Harris e seu provável adversário, Trump. As eleições nos EUA ocorrerão em novembro e a transição de poder na Casa Branca ocorrerá em janeiro. Biden não está concorrendo à reeleição.
"O cerne deste plano é persuadir a Rússia a pôr fim à guerra", anunciou Zelensky na terça-feira. "Não haverá concessões a Putin", afirmou Zelensky em referência ao líder russo. O diálogo, até agora, é "vazio e sem sentido" já que Putin não tem interesse em negociar a paz diplomaticamente.
Em resposta ao plano de paz de Zelensky, Peskov, porta-voz do presidente do Conselho, manteve a posição da Rússia, afirmando: "Continuamos comprometidos com nossa posição no conflito e não faremos concessões em nossas demandas por um cessar-fogo". Ele acrescentou: "O próximo presidente dos EUA, seja a vice-presidente Harris ou o ex-presidente Trump, deve entender que os interesses da Rússia na Ucrânia não mudarão".