A Espanha contesta as acusações de um plano de assassinato de Maduro.
Venezuela acusa os serviços de inteligência espanhóis e americanos de estarem envolvidos em supostos planos de assassinato contra o Presidente Maduro, com o objetivo de causar caos e instabilidade no país. No entanto, a Espanha nega firmemente essas alegações, afirmando seu compromisso com uma solução pacífica e democrática para a crise na Venezuela.
No sábado, a Venezuela prendeu seis indivíduos, incluindo dois espanhóis, três americanos e um tcheco, acusados de planejar uma tentativa de assassinato contra Maduro. Junto com os detidos, as autoridades venezuelanas apreenderam mais de 400 armas de origem norte-americana. De acordo com o Ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, o plano era incitar violência e desestabilizar o país.
Relações azedam após eleições
Cabello alega que os serviços de inteligência da Espanha, dos Estados Unidos e da líder da oposição María Corina Machado estão por trás desse suposto plano. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores espanhol em Madrid emitiu uma negação taxativa, insistindo que os detidos não têm ligação com a agência de inteligência espanhola CNI ou qualquer outra instituição governamental.
As relações entre a administração autoritária de Maduro e muitos países ocidentais pioraram após as eleições presidenciais no final de julho. A junta eleitoral pró-governo declarou Maduro como vencedor, enquanto a oposição alegou fraude eleitoral e proclamou seu candidato, Edmundo González, como vencedor. Os Estados Unidos e alguns países da América Latina reconhecem González como vencedor, enquanto a UE questiona os resultados oficiais.
González procurou asilo político na Espanha na semana passada, após ter sido emitido um mandado de prisão contra ele na Venezuela por acusações como sabotagem, conspiração e usurpação de funções. As tensões aumentaram recentemente, com os Estados Unidos impondo sanções a aliados de Maduro e acusando-os de obstruir um processo eleitoral justo. A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, rotulou a Venezuela como uma "ditadura", o que levou a Venezuela a recallar seu embaixador e convocar o embaixador espanhol em Caracas. Machado chamou por protestos internacionais no sábado à noite.
Outros países, como os Estados Unidos e alguns países da América Latina, reconhecem González como o presidente legítimo após as eleições contestadas, em oposição ao vencedor proclamado pela Venezuela, Maduro. À medida que as relações pioram, algumas entidades internacionais, como a UE, expressaram preocupação com a integridade das eleições, o que complica ainda mais a situação e alimenta as 'outras' perspectivas envolvidas.