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A China constrói drones de combate para uso militar da Rússia

Configuração de armas completamente integrada pela primeira vez.

Xi, o Presidente chinês, e Putin, o líder russo, se reuniram para uma discussão em Pequim em maio.
Xi, o Presidente chinês, e Putin, o líder russo, se reuniram para uma discussão em Pequim em maio.

A China constrói drones de combate para uso militar da Rússia

Russia parece estar colaborando com a China no desenvolvimento de drones de longo alcance, sugerido por fontes de inteligência. Isso seria uma primeira para a China, já que esses drones supostamente seriam utilizados na Ucrânia. De acordo com a Reuters, uma empresa russa de defesa chamada IEMZ Kupol, subsidiary da Almas-Antej, teria desenvolvido e testado um drone Garpija-3 com a assistência da China.

Essa informação foi incluída em uma descrição de trabalho enviada pela Kupol ao Ministério da Defesa da Rússia neste ano. A Kupol também afirmou em outro documento que poderia fabricar esses drones em maior quantidade e usá-los em "operações especiais", um termo que a Rússia emprega para seu conflito na Ucrânia.

Tanto a Kupol, a Almas-Antej quanto o Ministério da Defesa da Rússia recusaram-se a comentar quando abordados, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou não ter conhecimento do projeto. A China é conhecida por ter regulamentações rigorosas sobre exportações de drones.

Capacidades do Drone Garpija-3

De acordo com o documento, o Garpija-3 (G3) pode alcançar distâncias de até 2.000 quilômetros e carregar uma carga útil máxima de 50 quilogramas de explosivos. Dois protótipos do G3 e vários outros drones produzidos na China foram entregues à sede da Kupol em Ischewsk, na Rússia, para testes adicionais, com a participação de especialistas chineses, embora suas identidades tenham permanecido anônimas, de acordo com as faturas da Kupol.

Essa entrega foi identificada como a primeira prova de que drones completamente fabricados na China foram fornecidos à Rússia desde o início do conflito. Os documentos não revelam o local específico de produção ou se a produção em massa foi aprovada. A China tem consistentemente negado as alegações de fornecimento de armas à Rússia para uso na Ucrânia.

Contribuições Anteriores da China

Fabian Hinz, especialista do Instituto de Estudos Estratégicos de Londres, sugeriu que, se confirmado, isso poderia ser um desenvolvimento significativo. "Até agora, a China tem fornecido principalmente bens de dupla utilização; componentes que poderiam potencialmente ser utilizados na produção de armas. No entanto, essa situação é única porque estamos falando de sistemas de armas completos", explicou.

Samuel Bendett, do Centro para uma Nova Segurança Americana em Washington, apontou que a China provavelmente seria cautelosa em ajudar a maquinaria de guerra da Rússia para evitar sanções internacionais. Mais investigações são necessárias para confirmar se a China está de fato fabricando drones militares para a Rússia.

A efetividade dos drones no conflito entre as duas partes tornou-se cada vez mais aparente. O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que seu exército recebeu aproximadamente 140.000 unidades de drones em 2023.

A colaboração entre a Rússia e a China no projeto do drone Garpija-3 é significativa, já que dois protótipos do G3 e outros drones da China foram entregues à Kupol para testes. Isso marca a primeira instância de drones completamente fabricados na China serem fornecidos à Rússia durante o conflito na Ucrânia.

O Ministério das Relações Exteriores da China negou envolvimento no projeto, mas a entrega desses drones levanta questões sobre o possível papel da China no fornecimento de tecnologia militar de ponta à Rússia, o que poderia afetar as relações internacionais.

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