- A busca de Puigdemont em Barcelona
Polícia espanhola inicia operação "Cage" para prender o líder separatista catalão Carles Puigdemont em Barcelona. Bloqueios foram instalados nas principais saídas da metrópole do Mediterrâneo, com a polícia verificando cada veículo que deixa a cidade, como mostrado na TV estatal RTVE. Em alguns casos, os porta-malas foram revistados e motoqueiros foram solicitados a remover seus capacetes. Um carro branco foi relatado como alvo, com o jornal "El País" descrevendo cenas surrealistas.
Puigdemont apareceu no centro de Barcelona esta manhã após quase sete anos no exílio, acompanhado por políticos de destaque de seu partido Junts. Ele caminhou pelas ruas sem ser incomodado, cumprimentando apoiadores de ambos os lados. Apesar de um mandado de prisão em aberto, a polícia não interveio. Puigdemont havia fugido da Espanha secretamente em um carro após um referendo ilegal de independência em 2017 e a tentativa subsequente de secessão.
Puigdemont se dirige a apoiadores
Mais tarde, Puigdemont fez um discurso breve para milhares de apoiadores perto do parlamento regional, onde o socialista Salvador Illa seria empossado como novo presidente da Catalunha. "Eu vim aqui hoje para lembrá-los de que ainda estamos aqui, porque não temos o direito de desistir", disse ele, se referindo à sua luta pela independência da Catalunha da Espanha.
"Não temos interesse em viver em um país onde as leis de anistia não concedem anistia", acrescentou Puigdemont, se referindo ao sistema de justiça que se recusa a aplicar a anistia aprovada a ele.
Enquanto isso, a sessão parlamentar para eleger Illa começou. Illa seria o primeiro líder regional em anos a defender a integração contínua da Catalunha com a Espanha. Puigdemont havia anunciado sua intenção de comparecer à sessão, mas em vez de seguir para o parlamento após seu discurso, desapareceu na multidão. A polícia havia relatado ter se concentrado em impedir que Puigdemont entrasse no parlamento, mesmo verificando túneis sob o edifício parlamentar.
Especulações sobre o paradeiro de Puigdemont
Puigdemont não foi visto nas imagens da TV após seu discurso, deixando a mídia espanhola especular sobre seu paradeiro. Membros de destaque de seu partido caminharam calmamente em direção ao parlamento, mas Puigdemont já havia partido. Apesar de uma lei de anistia para separatistas, Puigdemont enfrenta prisão devido à interpretação controversa da lei pelo sistema de justiça.
A lei de anistia exclui casos de enriquecimento pessoal da graça. Embora Puigdemont não seja acusado de embolsar fundos públicos, o juiz investigador Pablo Llarena o acusa de enriquecimento pessoal. Llarena argumenta que o uso de fundos públicos para alcançar objetivos políticos ilegais, como o referendo de independência de 2017, é equivalente a enriquecimento pessoal.
Seu partido emergiu como a maior força das eleições antecipadas em maio, mas precisa do apoio do partido separatista de esquerda ERC, garantido por meio de concessões em questões financeiras e promoção da língua catalã. Se um novo governo não for formado até 25 de agosto, novas eleições terão que ser realizadas. Em seu discurso inaugural no parlamento, ele prometeu fortalecer a Catalunha e defender a aplicação integral da anistia para separatistas.
A luta de Puigdemont pela anistia não é apenas sobre sua situação pessoal, mas também uma maior argumentação pela justiça e equidade dentro do sistema jurídico espanhol. Apesar da vitória de seu partido nas eleições, o mandado de prisão pendente e a interpretação controversa da lei de anistia continuam a apresentar desafios para ele e o movimento de independência da Catalunha.