Ir para o conteúdo

Venezuela inicia investigação criminal contra figuras da oposição

O Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação criminal contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia e a líder da oposição María Corina Machado, declarou o Procurador-Geral da República Tarék William Saab, em comunicado à imprensa realizada nesta segunda-feira.

Líder da oposição Maria Corina Machado, à direita, e candidato presidencial Edmundo González...
Líder da oposição Maria Corina Machado, à direita, e candidato presidencial Edmundo González réalisation uma conferência de imprensa depois que as autoridades eleitorais declararam o presidente Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais em Caracas, 29 de julho de 2024.

Venezuela inicia investigação criminal contra figuras da oposição

O Ministério Público afirmou que a investigação foi desencadeada pelo apelo de duas figuras da oposição para que as forças militares e policiais ficassem "ao lado do povo" em uma carta aberta publicada nas redes sociais na segunda-feira.

A autoridade eleitoral da Venezuela, historicamente composta por aliados do regime, declarou Nicolás Maduro como vencedor das recentes eleições presidenciais, mas ainda não apresentou os resultados que comprovem sua vitória. A oposição, que desfrutava de boa popularidade antes do voto, afirma ter vencido por uma grande margem.

O Ministério Público acusou os réus de "anunciar falsamente um vencedor das eleições presidenciais", acrescentando que apenas o Conselho Nacional Eleitoral oficial do país está qualificado para fazer essa declaração.

De acordo com a agência, González e Machado serão investigados por "a suposta prática dos crimes de usurpação de funções, difusão de informações falsas para causar tumulto, incitamento à desobediência à lei, incitamento à insurreição, associação para cometer crimes e conspiração".

A oposição ainda não havia comentado publicamente essa investigação. A CNN entrou em contato com eles para comentar.

Machado disse na semana passada que González venceu por uma grande margem e postou um link no X que, segundo ela, são os resultados das eleições de domingo. A CNN não confirmou independentemente os dados eleitorais postados por Machado.

"Sabemos há anos quais são as artimanhas do regime, e estamos bem cientes de que o Conselho Nacional Eleitoral está completamente sob seu controle. Era impensável que o Sr. Maduro admitisse a derrota", escreveu ela.

A oposição venezuelana e vários outros países se recusam a reconhecer a vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho até o lançamento dos resultados completos da votação.

Os EUA, entre os países que consideram González como vencedora, afirmaram na semana passada que estava "claro" que o presidente Maduro perdeu a votação popular. O governo de Maduro, por sua vez, acusou os EUA de tentar orquestrar um golpe - o que nega.

Apesar de Maduro ter prometido eleições livres e justas, o processo foi marcado por alegações de irregularidades - com figuras da oposição presas, seu líder principal, Machado, proibido de concorrer, testemunhas da oposição supostamente negadas o acesso à contagem centralizada de votos e venezuelanos no exterior incapazes de votar.

Protestos eclodiram em toda a Venezuela após a votação, que viu o governo deter centenas de apoiadores da oposição. Maduro alertou que os enviará para prisões de alta segurança.

Enquanto governos estrangeiros instam Maduro a respeitar os direitos humanos dos venezuelanos, o Papa Francisco emitiu uma declaração no X no domingo pedindo que todas as partes na Venezuela se engajem em diálogo.

A Venezuela já foi a quinta maior economia da América Latina, mas sob o governo de Maduro, sofreu a pior colapso econômico de um país em tempos de paz na história recente. O país sofre com a escassez crônica de bens essenciais e inflação crescente, que empurrou milhões para fora do país.

Esta é uma história em desenvolvimento e será atualizada.

A pressão internacional aumentou contra Maduro, exigindo que ele liberasse os resultados da votação.

Leia também:

Comentários

Mais recente

 Neste foto ilustrativa tirada em 15 de setembro de 2017, o símbolo do aplicativo Telegram é...

O Telegram serve como uma plataforma para operações comerciais clandestinas para sindicatos criminosos em todo o Sudeste Asiático, segundo a afirmação da ONU.

Síndicatos do crime organizado na Ásia sudeste aproveitam significativamente o aplicativo de mensagens Telegram, o que resulta em uma significativa mudanças em como eles participam de operações ilícitas em grande escala, segundo um comunicado emitido pelas Nações Unidas na segunda-feira.

Membros Pública
Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, pronuncia discurso em reunião no Base Aérea de Villamor,...

O ex-presidente das Filipinas, Duterte, pretende concorrer ao cargo de prefeito, ignorando sua controversa história de campanha fatal contra as drogas.

Em um movimento que surpreendeu muitos, o ex-presidente das Filipinas Rodrigo Duterte declarou sua intenção de concorrer ao cargo de prefeito em seu distrito natal, apesar da investigação em andamento pelo Tribunal Penal Internacional sobre sua famosa campanha contra as drogas, que alguns...

Membros Pública