Venezuela: A oposição pede mais protestos
Machado prosseguiu, 'O mundo verá a força e determinação de uma sociedade que quer viver em liberdade.' A própria líder da oposição foi excluída da eleição devido a alegações de corrupção e enfrenta prisão, assim como González Urrutia. Ambos não fizeram aparições públicas desde a eleição de 28 de julho. 'Eu nunca vou deixar você', escreveu González Urrutia no serviço online X.
Machado atualmente está escondida com medo pela sua vida. 'Estou escrevendo estas linhas de um esconderijo, temendo pela minha vida, pela minha liberdade e pela dos meus conterrâneos', ela escreveu em um artigo convidado no jornal dos EUA 'Wall Street Journal' na quinta-feira. Ela acusou as forças de segurança venezuelanas de matar 20 pessoas em suas ações contra protestos após a eleição.
Na segunda-feira, a autoridade eleitoral majoritariamente pró-governo na Venezuela declarou oficialmente o incumbente Nicolás Maduro como vencedor da eleição presidencial, apesar da crítica internacional e das alegações de fraude da oposição. Maduro recebeu 51,2% dos votos, enquanto o candidato da oposição González Urrutia recebeu 44,2%. Apesar dos pedidos da oposição e do exterior, a autoridade eleitoral ainda não publicou resultados detalhados.
Protestos eclodiram após o anúncio dos resultados da eleição, aos quais as forças de segurança responderam com violência. O Procurador-Geral da Venezuela, Tarek William Saab, relatou 749 prisões, com alguns dos presos potencialmente enfrentando acusações de 'terrorismo'. De acordo com o exército, um soldado foi morto e outros 23 ficaram feridos.
Muitos países duvidam da vitória eleitoral oficialmente anunciada de Maduro. O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que há 'provas esmagadoras' de uma vitória da oposição. 'Está completamente claro que Edmundo González Urrutia recebeu o maior número de votos na eleição presidencial de 28 de julho', disse Blinken na quinta-feira. O resultado oficialmente anunciado 'não reflete a vontade do povo venezuelano'.
Entre outros, os EUA, o Brasil e o chefe da política externa da UE, Josep Borrell, pediram às autoridades venezuelanas que publiquem dados detalhados sobre os votos contados. O Peru já reconheceu González Urrutia como o presidente legítimo da Venezuela - levando o governo em Caracas a romper as relações diplomáticas com Lima. A Venezuela recallou funcionários diplomáticos de um total de oito países da América Latina e pediu aos embaixadores desses países que deixem a Venezuela.
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