Scholz apela à vontade de chegar a um compromisso sobre o acordo Mercosul
"Peço a todas as partes envolvidas que sejam tão pragmáticas quanto possível e que estejam dispostas a chegar a um compromisso para que possamos finalmente concluir este acordo", disse Scholz. A Alemanha apoia a intenção de concluir um acordo deste tipo. "Acreditamos que seria um grande passo em frente", afirmou o Chanceler. "Seria bom que isto também pudesse ser alcançado entre o Mercosul e a União Europeia."
Neste contexto,Scholz referiu-se às "muito boas" relações bilaterais entre o Brasil e a Alemanha. Este facto reflecte-se igualmente numa declaração conjunta de intenções entre a Alemanha e o Brasil sobre uma parceria para uma transformação socialmente justa e ecológica.
O Brasil é o parceiro comercial mais importante da Alemanha na América do Sul. Durante as consultas intergovernamentais, foram assinados "uma boa dúzia de acordos" no âmbito desta parceria de longa data, incluindo sobre o hidrogénio verde e a extração ecológica de matérias-primas.
Por seu lado, Lula defendeu a rápida conclusão do acordo comercial na cimeira do Mercosul no Rio de Janeiro, na quinta-feira, tendo em vista um "momento decisivo nas negociações". Todas as partes envolvidas estão a trabalhar neste acordo há 23 anos. Seria "irracional se não se concretizasse", afirmou Lula. Lula disse à chanceler federal que espera "que a UE decida se está interessada no acordo".
O chefe de Estado brasileiro afirmou ainda que irá "lutar por ele enquanto eu ainda puder acreditar que ele se concretizará". "Não vou desistir. Sou brasileiro e os brasileiros nunca desistem".
O acordo da UE com os Estados sul-americanos do Mercosul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, está a ser totalmente negociado desde 2019, mas ainda não foi ratificado. A principal disputa é sobre os requisitos ambientais para os agricultores sul-americanos. A França, a Áustria e outros países estão a insistir em requisitos rigorosos para proteger os seus próprios agricultores. A Alemanha é a favor de uma ratificação rápida.
Do lado sul-americano, o futuro Presidente argentino Javier Milei, em particular, criticou o acordo com a UE durante a sua campanha eleitoral e ameaçou retirar o seu país do mesmo.
A responsabilidade pela ratificação do acordo cabe à Comissão Europeia, afirmou Scholz. Os países e o Parlamento Europeu terão agora de dar a sua aprovação.
A UE e os Estados sul-americanos do Mercosul continuam a esforçar-se por concluir o acordo "o mais rapidamente possível", afirmou o porta-voz da Comissão Europeia, Balazs Ujvari, em Bruxelas, na segunda-feira.
No entanto, o Comissário Europeu responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis, não se deslocará à cimeira do Mercosul no Rio de Janeiro. De qualquer modo, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não tinha previsto estar presente, uma vez que se encontra na Cimeira UE-China em Pequim. O único representante de alto nível da UE que deverá estar presente é o Primeiro-Ministro de Espanha, Pedro Sánchez, cujo país presidirá ao Conselho de Ministros da Europa até ao final do ano. Sánchez também é a favor de uma conclusão rápida das negociações.
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Fonte: www.stern.de