Restauração da assistência humanitária no conflito em Darfur, Sudão, após um fechamento de fronteira de seis meses
A agência de alimentos da ONU declarou na quarta-feira que o primeiro lote de suprimentos alimentares essenciais, carregados em caminhões, havia chegado a Darfur vindo do vizinho Chade através da fronteira reaberta de Adre. Esses suprimentos são destinados aos 13.000 habitantes de Kereneik, em Darfur, que estão à beira da fome, de acordo com o Programa Mundial de Alimentação (PMA).
O PMA declarou: "Temos suprimentos de nutrição e alimentos para atender aproximadamente 500.000 indivíduos, que podem ser rapidamente enviados pela nova rota aberta".
Desde o início da guerra civil em abril de 2023 entre as Forças Armadas do Sudão (FAS) e as Forças de Apoio Rápido (FAR), mais de 10 milhões de pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas, e pelo menos 18.000 pessoas morreram, de acordo com a Oficina da ONU para Assuntos Humanitários (OCHA). Agora, mais da metade da população do país luta contra a fome aguda, segundo um comunicado da OCHA do mês passado.
A passagem de fronteira de Adre é o meio mais direto e eficiente para enviar ajuda a Darfur do Chade, permitindo que caminhões cheguem aos centros de distribuição críticos em um dia. No entanto, durante o fechamento da fronteira, o PMA só conseguiu enviar dois comboios através de Adre, recorrendo em vez disso a rotas mais longas e arriscadas que frequentemente navegavam em zonas de conflito gerenciadas por diferentes grupos de milícias.
Na semana passada, o governo sudanês concordou em abrir as passagens de fronteira chave para ajuda humanitária sob pressão internacional.
O Conselho Soberano do Sudão revelou seu plano de reabrir a passagem de Adre na fronteira do país com o Chade por três meses, após seu fechamento pelo Exército Sudanês em fevereiro, que alegou que a passagem estava sendo usada para transportar armas.
De acordo com a OCHA da ONU, 26 milhões de pessoas no Sudão precisam de assistência - mais da metade da população do país.
Os suprimentos do Programa Mundial de Alimentação destinados à população de Darfur são um sinal de esperança no meio da crise humanitária atual da África. A atenção do mundo deve estar voltada para o Sudão, onde mais da metade da população atualmente luta contra a fome aguda.